quinta-feira, 8 de novembro de 2012

É possível parar o Seedorf?


A matéria abaixo foi apresentada no programa televisivo Globo Esporte da Rede Globo, no dia 27 de outubro de 2012, sábado.   


A questão: como parar o Seedorf, foi colocada pela produção deste programa, e eu fui convidada para fazer uma pequena participação na matéria (clique no link).  

Fiz um modelo físico bem simples para calcular a força que um zagueiro sofreria ao se colocar na frente do Seedorf  para tentar pará-lo.    Ou seja, imaginei um choque elástico entre estes dois jogadores.  Após a colisão, Seedorf ficaria parado, enquanto que o zagueiro seria lançado a uma distancia considerável.
Toda esta discussão e os valores da força do impacto e a distancia do lançamento do zagueiro são apresentados no filme. 

PS: Observe que a unidade de força, que é Newton (N), ficou errada.


Aproveito para postar a minha foto com a Carol Barcellos que me entrevistou.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ciência sem Fronteiras seleciona aluno da Física dos Esportes


Aluno da Física é selecionado para o programa Ciência sem Fronteiras

O estudante do Instituto de Física Rodrigo Amarante Colpo embarcou em setembro rumo ao País de Gales, lugar onde vai viver os próximos 12 meses: nascido em PortoAlegre e morador do Rio de Janeiro desde 2008, ele vai estudar na Swansea University Prifysgol Abertawe, na cidade de Swansea.  Este é um novo capítulo na trajetória do  jovem gaúcho na busca de seu maior projeto de vida: lecionar física a jovens do ensino médio. Rodrigo, de 26 anos, assumidos os desafios de alguém que tenta a sorte na cidade grande sem ajuda financeira da família. Um dos resultados foi ter sido aprovado no programa Ciência Sem Fronteiras.
Programa do governo federal que promove o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação.
Na preparação para a seleção, Rodrigo Colpo recorreu a um método peculiar: “Há
cerca de dois anos decidi que era importante aprender inglês e, como não tinha dinheiro
para pagar um curso, acessei um dicionário na internet e passei a decorar a pronúncia
das palavras”. O jovem fez o exame de proficiência International English Language
Testing System – IELTS e após duas tentativas foi aprovado.
Coordenadora do projeto Física dos Esportes, no qual Rodrigo Colpo é
bolsista de Iniciação à Docência, a professora Rosana Bulos avalia: “Acredito que a volta
do estudante enriquece aqueles que estão aqui e não tiveram a chance de fazer a viagem.
Não é um investimento sem retorno”.
Segundo o Departamento de Cooperação Internacional, atualmente 71 alunos da
UERJ se preparam para ir ou já estão realizando intercâmbio por meio do programa.
Após o período de um ano, os estudantes voltam ao Brasil, onde devem permanecer
por cerca de dois anos, dividindo experiências e atuando em suas áreas de origem.
Em um período de quatro anos está prevista a oferta de 101 mil bolsas. A seleção
inclui entrevista e prova de proficiência no idioma do país de destino. As despesas da
viagem, como passagem e moradia, são custeadas pelo governo federal.

matéria do Informe UERJ, Ano XIX • Setembro / Outubro de 2012 • nº 119 | http://www.uerj.br/publicacoes/informe_uerj/informe_uerj119.pdf

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ensino de Física aliado a uma modalidade esportiva


COBERTURA ESPECIAL – 23ª UERJ SEM MUROS

Projeto propõe o ensino de Física aliado a uma modalidade esportiva
Com o objetivo de tornar a disciplina mais interessante, a quadra de esportes passa a ser uma extensão das salas de aula

Basta conversar com alguns estudantes para se chegar à seguinte conclusão: uma das matérias que mais desagrada os alunos é a Física. Devido à grande quantidade de fórmulas e à complexidade das análises, a disciplina pode não despertar o interesse, fazendo com que as aulas fiquem cansativas. Pensando nisso, o graduando em Física pela Uerj, Cleovan José, desenvolveu o projeto “A Física do Salto”, que alia Física ao salto em distância.
Esse estudo está inserido em outro projeto, “A Física dos Esportes”, da professora do Instituto de Física da Uerj, Rosana Bulos Santiago, que também é orientadora de José. A partir dessa ideia, o estudante busca o auxílio na elaboração de atividades suplementares, aquelas em que é possível por em prática toda teoria aprendida dentro das salas de aula. Segundo ele, é perceptível o aumento no interesse dos estudantes: “Nós pegamos uma temática que não é bem aceita e juntamos com o esporte, que geralmente é um assunto mais agradável, e isso faz com que eles se animem para ter as aulas”.
A análise do salto acontece da seguinte forma: o movimento do atleta é descrito a partir de um ponto fixo, o chamado centro de massa. Esse deslocamento vai originar uma parábola, e ao fim, será formada a trajetória do salto. Porém, o curioso é que existe um fator que pode influenciar na distância total alcançada pelo esportista, a aceleração da gravidade. Como esse coeficiente não é fixo, tem uma média de 9,8 m/s², pode fazer com que a diferença na distância seja de até um centímetro. Parece pouco, mas foi exatamente essa medida que proporcionou a medalha de ouro para a atleta brasileira Maurren Maggi, nas Olimpíadas de 2008.

O projeto já é aplicado em um curso pré-vestibular popular em Campo Grande. José explica que, devido a intensidade dos estudos no preparo para as provas, é importante ter uma forma menos cansativa para aumentar o rendimento do estudante. "A resposta dos alunos tem sido positiva, mas
ainda temos o objetivo de chegar no Ensino fundamental e Médio. Além disso, também participamos
de eventos de divulgação cientifica e feiras de Física para disseminar essa nova forma de aprendizado e tornar a disciplina menos cansativa e mais interessante para os alunos".

Matéria escrita por Paloma Quintão e divulgada no site http://www.agenc.uerj.br/





domingo, 23 de setembro de 2012

Alan Fonteles x Pistorius: passadas mais largas


Favorito para a final da prova dos 200 m rasos nas Paraolimpíadas de Londres 2012, Oscar Pistorius, que ficou com a medalha de prata, declarou que a prova não tinha sido justa por conta do tamanho das próteses do vencedor brasileiro, pois ele estava mais alto comparado com o mundial de atletismo na Nova Zelândia no ano passado. O comitê discordou, afirmando que a vitória foi legítima e que todos os competidores tiveram suas próteses auditadas antes da corrida, de acordo com o manual de classificação.

Alan Fonteles admitiu estar mais alto, com 1,81cm, contra 1,76cm do último mundial. Mas, apesar das críticas de Pistorius, a mudança é permitida pelas regras do Comitê Paraolímpico Internacional. A polêmica polarizou Londres em torno do tema ainda cercado de dúvidas: qual é o tamanho máximo permitido para as próteses dos corredores?


O Comitê Paraolímpico Internacional determina o tamanho máximo de um atleta com as próteses, projetando uma altura hipotética com a ajuda de um gráfico.  O cálculo é feito a partir da medição do “demi-span”, que é a distância do topo do tórax, próximo a garganta, até o dedo médio do braço esquerdo aberto no seu limite.  Essa medição é feita com o atleta de pé com as costas posicionadas contra uma parede, com o braço direito na posição de 90 graus e com a palma da mão erguida à sua frente.

A altura máxima de pé é então calculada seguindo a seguinte fórmula:

Mulheres(centímetros)=[1,35xdemi-span(cm)+60,1].
Homens (centímetros) = [1,40 x demi-span (cm) + 57,8].

A razão entre a projeção da altura do osso do ombro e a altura do "demi-span" é a estimativa final da altura máxima de pé.  Assim, o atleta, munido de suas próteses, não pode ficar mais alto do que esse número acrescido de uma diferença residual de 2,5%, para mais ou para menos.

É difícil dizer se o aumento das próteses de Alan influenciou no vencimento da prova sobre o Pistorius, mas podemos dizer que houve uma melhora, pois permite que ele dê passos maiores em relação a sua antiga altura. Estudos feitos sobre caminhada e corrida mostram que quanto maior o comprimento da perna, maior será o comprimento de sua passada. Isso significa que com pernas mais longas ele dará menos passos para percorrer certa distância, enquanto que uma pessoa mais baixa precisa dar mais passos para cobrir a mesma distancia.

Portanto, para manter a mesma velocidade, a frequência dos passos de uma pessoa de estatura menor deve ser maior que a frequência de passos de uma pessoa mais alta. Lembrando, que a grandeza freqüência (neste caso) é o número de passos por unidade de tempo. Um exemplo muito simples de se visualizar é um adulto e uma criança caminhando lado a lado, observe que a criança precisa dar mais passos para conseguir acompanhar o adulto.

As questões levantadas pelo atleta sul africano fazem sentido de modo geral, quando muito ainda há por se esclarecer com o uso de novas tecnologias auxiliando atletas nas competições. Entretanto, neste caso particular, ele questionou o inquestionável, porque em Londres, Alan ainda estava mais baixo do que Pistorius.
Matéria postada por Valquiria Bulhosa (aluna de licenciatura em Física ) 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Uso da tecnologia para decidir quem fica com o ouro


Em prova decidida no photo finish, brasileira cai e fica em 30º no triatlo
A suíça Nicola Spirig conquistou a medalha de ouro na prova feminina do triatlo na Olimpíada de Londres, superando a sueca Lisa Norden no photo finish. As atletas fizeram o tempo idêntico de 1h59min48s e a decisão da medalha teve que ser feita com auxílio da tecnologia. O bronze ficou com a australiana Densahm, com 1h59min50s.


Realizada no Hyde Park, a competição de triatlo teve 1.500 m de natação, 43 km de ciclismo e 10 km de corrida. A brasileira Pâmella Oliveira terminou a natação em quarto lugar, mas sofreu uma queda no ciclismo e fez a transição em 38º. Ela terminou a prova na 30º colocação, com o tempo de 2h04m02s.


A decisão pelo photo finish é baseada em milhares de imagens que são feitas por câmeras instaladas na linha de chegada. Vale o momento em que o tronco do atleta cruza a linha. Não contam cabeça, pernas ou braços à frente.

Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo em 4/08/2012.




sábado, 4 de agosto de 2012

O vento desclassificou Fabiana Murer em Londres



Mais uma vez o vento atrapalhou Fabiana Murer na conquista de uma vaga para disputa final do salto com vara.  Dessa vez, a situação foi pior do que a ocorrida no Pan de 2011, quando também foi prejudicada pelo vento. A atleta fez dois saltos iniciais bem ruins sem conseguir alcançar a altura mínima de 4,60m para classificação.  Quem acompanhava a prova pela televisão não conseguia entender o que estava acontecendo; no terceiro salto ela pegou a vara, começou a correr e antes mesmo de percorrer metade da pista, subitamente parou. A bandeira levantou!  Dirigiu-se ao seu treinador, falou alguma coisa, voltou e deu como encerrada sua participação nas Olimpíadas de Londres 2012.
Em entrevista ela disse que o vento estava muito inconstante e no sentido contrário a ela. No primeiro salto escolheu uma vara mais rígida, entretanto, no momento do salto o vento diminuiu, tornando esta escolha ruim.  O atleta tem 2min para fazer o salto, portanto, sem tempo suficiente para mudar a vara escolhida.  Observe que quanto mais rígida a vara menor será a impulsão que esta fornecerá ao atleta, assim, a altura a ser superada não será tão grande. Segundo Fabiana, a desistência do último salto foi justificada por conta do risco de uma queda, já que a natureza não dava trégua, naquele momento, o vento atingiu a velocidade de -1,3m/s.
Lamenta-se que tais esportes dependam tanto das condições climáticas vigentes na hora da execução de suas atividades.  Será que não seria mais justo suspender a competição acima de um determinado valor de velocidade do vento? 















segunda-feira, 4 de junho de 2012

A velocidade inicial do lançamento de disco do Julião



No último dia 24 de maio, o atleta de lançamento de disco Ronald Julião confirmou a sua participação em Londres, ao obter a marca de 65,41m no GP do Rio de Janeiro.  É importante notar que o Brasil não tinha representantes nesta modalidade de atletismo há quatro edições dos jogos olímpicos. Também, na prova feminina, a atleta Andressa Oliveira garantiu sua presença, quando alcançou a marca de 62,63m.
O lançamento de disco é um dos esportes olímpicos mais tradicionais, fazendo parte do calendário desde os primeiros jogos no final do século XIX. Este esporte avalia a força e potência do atleta, além de sua técnica. Incrívelmente, o recorde masculino desta modalidade não é batido há vinte e seis anos, quando o alemão Jürgen Schult cravou 74,08m. Na física o estudo do lançamento de disco pode ser modelado como um lançamento oblíquo, ou seja, uma composição de dois movimentos; na direção vertical desenvolve o movimento uniformemente variado (cuja aceleração é a gravitacional), e na direção horizontal o movimento é retilíneo uniforme, onde a velocidade é constante.   
Os dados apontam que os melhores atletas lançam o disco a ângulos próximos a 30º. Supondo que Julião fez seu lançamento classificatório sob este ângulo, é possível calcular a velocidade inicial do seu disco:  aproximadamente de 27,2 m/s. É importante notar que esta velocidade é conseqüência do movimento giroscópico do atleta com o disco que antecede ao lançamento do mesmo.  Sendo assim, quão mais rápido ele girar entorno de si mesmo, maior será a velocidade inicial do disco, o que prolongará a viagem do mesmo até o ponto de queda.
O link abaixo mostra um lançamento de disco feito por Ronald Julião:
Esta matéria foi postada por André Barbosa, aluno de licenciatura em Física da UERJ