segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Uso da tecnologia para decidir quem fica com o ouro


Em prova decidida no photo finish, brasileira cai e fica em 30º no triatlo
A suíça Nicola Spirig conquistou a medalha de ouro na prova feminina do triatlo na Olimpíada de Londres, superando a sueca Lisa Norden no photo finish. As atletas fizeram o tempo idêntico de 1h59min48s e a decisão da medalha teve que ser feita com auxílio da tecnologia. O bronze ficou com a australiana Densahm, com 1h59min50s.


Realizada no Hyde Park, a competição de triatlo teve 1.500 m de natação, 43 km de ciclismo e 10 km de corrida. A brasileira Pâmella Oliveira terminou a natação em quarto lugar, mas sofreu uma queda no ciclismo e fez a transição em 38º. Ela terminou a prova na 30º colocação, com o tempo de 2h04m02s.


A decisão pelo photo finish é baseada em milhares de imagens que são feitas por câmeras instaladas na linha de chegada. Vale o momento em que o tronco do atleta cruza a linha. Não contam cabeça, pernas ou braços à frente.

Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo em 4/08/2012.




sábado, 4 de agosto de 2012

O vento desclassificou Fabiana Murer em Londres



Mais uma vez o vento atrapalhou Fabiana Murer na conquista de uma vaga para disputa final do salto com vara.  Dessa vez, a situação foi pior do que a ocorrida no Pan de 2011, quando também foi prejudicada pelo vento. A atleta fez dois saltos iniciais bem ruins sem conseguir alcançar a altura mínima de 4,60m para classificação.  Quem acompanhava a prova pela televisão não conseguia entender o que estava acontecendo; no terceiro salto ela pegou a vara, começou a correr e antes mesmo de percorrer metade da pista, subitamente parou. A bandeira levantou!  Dirigiu-se ao seu treinador, falou alguma coisa, voltou e deu como encerrada sua participação nas Olimpíadas de Londres 2012.
Em entrevista ela disse que o vento estava muito inconstante e no sentido contrário a ela. No primeiro salto escolheu uma vara mais rígida, entretanto, no momento do salto o vento diminuiu, tornando esta escolha ruim.  O atleta tem 2min para fazer o salto, portanto, sem tempo suficiente para mudar a vara escolhida.  Observe que quanto mais rígida a vara menor será a impulsão que esta fornecerá ao atleta, assim, a altura a ser superada não será tão grande. Segundo Fabiana, a desistência do último salto foi justificada por conta do risco de uma queda, já que a natureza não dava trégua, naquele momento, o vento atingiu a velocidade de -1,3m/s.
Lamenta-se que tais esportes dependam tanto das condições climáticas vigentes na hora da execução de suas atividades.  Será que não seria mais justo suspender a competição acima de um determinado valor de velocidade do vento? 















segunda-feira, 4 de junho de 2012

A velocidade inicial do lançamento de disco do Julião



No último dia 24 de maio, o atleta de lançamento de disco Ronald Julião confirmou a sua participação em Londres, ao obter a marca de 65,41m no GP do Rio de Janeiro.  É importante notar que o Brasil não tinha representantes nesta modalidade de atletismo há quatro edições dos jogos olímpicos. Também, na prova feminina, a atleta Andressa Oliveira garantiu sua presença, quando alcançou a marca de 62,63m.
O lançamento de disco é um dos esportes olímpicos mais tradicionais, fazendo parte do calendário desde os primeiros jogos no final do século XIX. Este esporte avalia a força e potência do atleta, além de sua técnica. Incrívelmente, o recorde masculino desta modalidade não é batido há vinte e seis anos, quando o alemão Jürgen Schult cravou 74,08m. Na física o estudo do lançamento de disco pode ser modelado como um lançamento oblíquo, ou seja, uma composição de dois movimentos; na direção vertical desenvolve o movimento uniformemente variado (cuja aceleração é a gravitacional), e na direção horizontal o movimento é retilíneo uniforme, onde a velocidade é constante.   
Os dados apontam que os melhores atletas lançam o disco a ângulos próximos a 30º. Supondo que Julião fez seu lançamento classificatório sob este ângulo, é possível calcular a velocidade inicial do seu disco:  aproximadamente de 27,2 m/s. É importante notar que esta velocidade é conseqüência do movimento giroscópico do atleta com o disco que antecede ao lançamento do mesmo.  Sendo assim, quão mais rápido ele girar entorno de si mesmo, maior será a velocidade inicial do disco, o que prolongará a viagem do mesmo até o ponto de queda.
O link abaixo mostra um lançamento de disco feito por Ronald Julião:
Esta matéria foi postada por André Barbosa, aluno de licenciatura em Física da UERJ

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aos meus alunos do curso de Física para Biologia

Esta postagem é destinada aos meus alunos do curso de Complementos de Física para a Biologia, UERJ 2012/1.

A ideia principal, é que vocês percebam a importância do aprendizado de conteúdos de física na suas vidas futuras como professores de ciências, mas também é importante desde cedo, conhecer os possíveis caminhos, além muros universitários, que os tornarão profissionais da educação.
Como vocês haviam me solicitado, indico para leitura duas provas aplicadas em concursos para seleção de professores de Ciências. 
Não consegui postar as provas aqui, porque estão em formato pdf e o blog não aceita. Mas, estas provas podem ser baixadas facilmente pelo google na internet.
1) Prova para concurso público para professor de Ciências Naturais, ano 2005, Prefeitura de Teresópolis.  As questões de física são: 23, 24, 25 e 26.
2)Prova para concurso público para professor de Ciências , ano 2010, SEPLAG. As questões de física são: 28, 34, 39 e 48.

Qualquer dúvida nas respostas das questões, podem fazer no link de comentários desta postagem que eu responderei.

                                                                 Abraços, Rosana

domingo, 1 de abril de 2012

Uma aula prática de física via corrida


Com intuito de ensinar os conceitos de velocidade instantânea e média para a turma de licenciatura em Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), realizei uma aula prática nas calçadas do nosso campi no Maracanã. 
A idéia principal foi montar uma corrida de curta distancia com os alunos, onde eles mesmos mediram o comprimento da pista e registraram os intervalos de tempo com os cronômetros dos seus celulares.  Logo após a aquisição de dados partiram para os cálculos das velocidades, responderam algumas perguntas e compararam suas velocidades com as dos corredores olímpicos, e assim, puderam de fato perceber o quanto nossos ídolos são rápidos. s corredores olimp, respondiam algumas perguntas e comparavam suas velocidades com as dos nossos i



Embora futuros professores de biologia e de ciências, estes jovens terão que ministrar aulas de física no último ano do ensino fundamental, quando a disciplina de ciências consiste em química e física. Com esta atividade foi possível mostrar que para aprender física não basta ficar somente na teoria, principalmente quando esta prioriza a decoba de fórmulas matemáticas.  É necessário aulas práticas, realidade pouco encontrada na maioria dos colégios. Mais do que isso, com um pouco de imaginação é possível produzir experimentos com ferramentas de fácil acesso, tais como as utilizadas aqui, transcendendo a simples observação do fenômeno para a inclusão de aquisição de dados.   Ficam aqui os registros desta aula,  esperando que os Esportes tenham inspirados a turma para o aprendizado de Física.

Mauro Silva e o acréscimo da distancia devido a queda do centro de massa


Quem acompanhou o mundial de atletismo indoor, realizado em Istambul, na Turquia, entre os dias 9 e 11 de março, teve uma grande surpresa. Mauro Vinícius da Silva, paulista de 26 anos, conseguiu a expressiva marca de 8,23 m na final da competição, o que lhe valeu a medalha de ouro no salto em distância.

A modalidade salto em distância pode ser analisada na física como um lançamento de projétil do centro de massa do atleta. Esse estudo, entretanto, possui uma peculiaridade. O centro de massa (CM) no início do salto encontra-se na altura da cintura do atleta, entorno de 60cm de altura do chão, enquanto que na aterrissagem ele se localiza no chão devido a queda. Com isso, além do tempo necessário para o CM do praticante desenvolver o movimento parabólico habitual, existe um acréscimo de tempo, responsável pela sua queda. Essa pequena contribuição é de grande importância, porque leva a um bom aumento da distância do salto. Cientes disso, os atletas costumam aterrissar inclinados para o lado, de modo a aumentar o tempo que o CM leva para atingir a caixa de areia.


Para efeito de ilustração da contribuição do espaço relativo ao tempo de queda do CM, consideremos o exemplo de nosso medalista: Supondo que Mauro iniciou o salto com velocidade horizontal de 9,74 m/s, quando o CM dele atingiu  novamente a altura de 60cm em relação ao solo, ele teria saltado 6,82m.  O tempo que o CM levou até cair no chão teria sido de 0,145s, o que corresponderia a uma distância adicional de 1,41m. Correspondendo a distancia total do salto de 8,23m.

Observe que o aumento do tempo de vôo do salto em apenas 0,001s representa 1cm a mais no alcance do salto. Parece pouco, mas, foi diferença que separou o brasileiro do terceiro colocado no mundial indoor de atletismo de 2012. Em um esporte onde Maurren Maggi era a única referência do Brasil, Mauro passa a ser uma grande esperança de medalha na próxima Olimpíada de Londres.
O link abaixo mostra o salto do Mauro Silva que lhe rendeu a medalha de ouro:
http://www.youtube.com/watch?v=YnhO9Gfsn8I

Esta matéria foi escrita por Cleovan José da Silva, aluno de Licenciatura em Física da UERJ.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Quem salta mais alto?


A Biomecânica é o estudo da mecânica dos organismos vivos.  Usa os princípios físicos das Leis de Newton para descrever o movimento do corpo humano e dos animais. É parte da Biofísica.
A Biomecânica externa estuda as forças físicas que agem sobre os corpos, enquanto que, a Biomecânica interna estuda a mecânica e os aspectos físicos e biofísicos das articulações, dos ossos e dos tecidos histológicos do corpo.
Uma das áreas de pesquisa da Biomecânica é o Rendimento no Esporte e em atividades físicas; como o próprio título diz, busca compreender e conceituar quais os mecanismos físicos responsáveis pela execução dos movimentos, aumento da força e velocidade associadas aos movimentos, entre outros fatores.
Dentro desta área de pesquisa, uma questão que ainda permanece como objeto de investigação é:  Qual é o salto mais alto que um ser humano pode dar?  Para responder a esta pergunta, a equipe do laboratório de Ciência do Esporte usou algumas técnicas de investigação em seus experimentos.  Abaixo estou anexando os dois primeiros vídeos que eles fizeram sobre este tema.  Vale a pena dar uma conferida!