terça-feira, 6 de agosto de 2013

O que os olhos não vêem o cronômetro decide


Finalmente Thiago Pereira quebrou o jejum de medalhas nos mundiais de natação. Dentre diversas conquistas faltava apenas esta para completar seu elenco de medalhas.  No mês de julho ele trouxe para o Brasil dois bronzes do Mundial de Barcelona, registrando as seguintes marcas nas provas de 400m e 200m medley: 4min09s48 e 1min56s30 , respectivamente.  
  

Os quase dois minutos da prova de 200m foram bastante emocionantes, o brasileiro chegou a ficar na frente durante os primeiros 50m, mas no final da prova, perdeu a segunda colocação por apenas 0,01s (um centésimo de segundo).  Na verdade, visualmente foi difícil de dizer quem bateu primeiro no wall pad da piscina, isso porque, o cérebro humano para interpretar e registrar cada nova informação que atinge os olhos leva entorno de 0,04s (quatro centésimo de segundo), tempo maior do que a diferença entre o segundo e terceiro colocado desta prova. Sendo assim, quem define a classificação é o cronômetro!     Nas provas de natação o cronômetro utilizado registra até a casa de centésimo de segundo, mas em outras modalidades esportivas, como as corridas de curta distancia do atletismo e automobilismo, a disputa pode ficar na casa dos milésimos de segundo. 

Outra análise interessante dos resultados do Thiago é verificar que o tempo da prova dele dos 400m é maior do que duas vezes o tempo dele dos 200m.   Precisamente, a diferença é de exatos 16s88.   Aí cabe perguntar: Quais efeitos podemos atribuir para um aumento de tempo tão significativo?  Creio que o fator cansaço seja o mais relevante, porque não deve ser trivial nadar mais 200m a mesma velocidade dos 200m iniciais.  As viradas a mais, provavelmente não devem influenciar no aumento do tempo, uma vez que já ocorreram em número iguais no primeiro percurso da prova. Portanto, neste sentido, os tempos das provas não são aditivos, ou seja, a medida que a distancia a ser nadada aumenta a velocidade média da prova diminui!