segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Quando o parâmetro é a frequência de Grasse ganha do Bolt

O maior velocista de todos os tempos, Usain Bolt, na Olimpíada do Rio 2016, saiu invicto nas três provas de corrida que participou. Fez os 100m em 9s81, o segundo lugar ficou Justin Gatlin (9s89), e em terceiro, o novato Andre De Grasse (9s91). Nos 200m rasos, Bolt mais uma vez nos brindou com uma corrida incrível, conquistando o primeiro lugar com o tempo de 19s78, seguido pelo canadense De Grasse (20s02) e o francês Christophe Lemaitre (20s12).



Nesta segunda prova, embora todos os demais corredores tenham ficado com tempos abaixo de 20s, exceto Bolt, o que mais me chamou a atenção foi o desempenho do canadense. De Grasse um rapaz de apenas 1,76m de altura e 70kg, correu de igual para igual ao lado dos altos e musculosos velocistas.

Ao descrever a biomecânica da corrida, observamos que dois parâmetros físicos são relevantes para um bom desempenho: o comprimento (L) das pernas do atleta e a frequência (f) das passadas. Portanto, para entender o desempenho do canadense vamos usar o resultado da teoria de O. Helene que calcula a velocidade média (v) dos corredores ou marchadores em função dessas grandezas e do ângulo de abertura (teta) das pernas para dar passadas.
V=4fLsen (teta/2)

Assim, quando ao comparar Bolt que tem 1,95m de altura com De Grasse na corrida dos 200m, (supondo que o comprimento das pernas é 0,485H, onde H é a altura), obtemos que a frequência das passadas de De Grasse foi f=5,15Hz, enquanto de Bolt foi f=4,67Hz. O que confirma a minha hipótese, que o baixinho teve que mover mais vez suas pernas para chegar apenas 0s14 atrás do melhor velocista do mundo.





segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Pheps e o empate triplo na Rio 2016


    
A despedida do maior nadador de todos os tempos não poderoa ser tão incomum , assim como foi sua história neste esporte. Detentor de nada menos que 28 medalhas olímpicas sendo 23 de ouro, o americano Pheps na Olimpíada do Rio após vencer cinco provas em diferentes estilos foi para final dos 100m borboleta, numa prova onde reuniu consagrados nadadores e o iniciante Schooling.

Ninguém esperava o que se sucedeu; com tempo de reação de apenas 61 centésimo de segundo, o asiático saiu na frente, deixando Phelps, o húngaro Cseh, e sul-africano Chad le Clos em seu encalço. Schooling garantiu a medalha de ouro com 50s39, enquanto os três veteranos, num triplo empate inédito, chegaram em segundo lugar com 51s14. Situação totalmente improvável, até mesmo para a empresa Omega responsável por toda parte de cronometragem das provas de todas as modalidades da olimpíada.

Equipado com sensores e serenes individuais, o novo bloco de largada da natação foi utilizado desde 2012 por esta empresa na Olimpíada de Londres. Outro quesito simples, mas que faz diferença é o apoio elevado para o pé de trás empurrar o bloco, resultando na impulsão do corpo do atleta para frente com maior velocidade de modo a diminuir até 0,2s o tempo de largada. Neste movimento esta presente a terceira lei de Newton, de ação e reação, o pé empurra o bloco que o empurra para frente. A Omega também desenvolveu as almofadas sensíveis a pressão que são colocadas nas paredes da piscina para os nadadores tocarem registrando seus tempos de chegada. Se o toque não for percebido pelo sistema, quatro câmeras de alta velocidade, que registram o momento da batida em até 100 frames por segundo, podem desvendar qual competidor chegou na frente.

Mas nem toda tecnologia foi capaz de desvendar qual dos três chegou em segundo lugar, o que abrilhantou mais ainda o espetáculo ao vê-los subir o degrau do pódio de mãos dadas em confraternização ao astro rei Pheps.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Transformação de energia no salto com vara: ouro olímpico

A Rio 2016 deixou histórias incríveis, inesperadas e surpreendentes.

A final do Salto com Vara, modalidade do atletismo, foi dígina de triller de cinema. Tiago Braz é o nome dele, brasileiro, um jovem de apenas 22 anos e na sua primeira Olimpíada, levou para casa a medalha de ouro, juntamente com o recorde olímpico nesta modalidade, após intensa disputa com o consagrado atleta francês Lavillenie, o qual havia sido sua fonte de inspiração.

Numa noite de muita chuva, resultando na diminuição do coeficiente de atrito da pista/calçado, com algumas interrupções das provas de atletismo que ali aconteciam, não impossibilitou o belo confronto que seguiu entre eles dois: Lavillenie liderava com a marca de 5,98m, enquanto Tiago havia superado os 5,93m, estabelecendo o recorde Sul americano e garantindo a medalha de prata, não satisfeito, pediu para levantar a haste para 6,03m. O francês foi obrigado a tentar superar esta altura e falhou duas vezes, Tiago também não conseguiu na primeira tentativa, foi quando o seu técnico o chamou e recomendou trocar a vara, quando em seguida ele fez um salto perfeito, espetacular, levando a plateia ao delírio.



Numa rápida análise física podemos descrever o salto com vara em termos de transformação de energia. Ao correr o atleta adquire energia cinética, ao encaçapar a vara no buraco, esta energia vai ser transformada em energia potencial elástica na medida que a vara é deformada, por algumas frações de segundos o atleta continua correndo e empurrando a vara formando um arco com ela.
Quando então, a força elástica da vara lança o atleta a altura máxima, de preferencia acima da haste, neste momento, a energia elástica é transformada em potencial gravitacional, e na medida que o atleta despenca em queda livre, esta é outra vez convertida em energia cinética, até o atleta encontrar o colchão quando, então, a energia é totalmente dissipada.

A escolha da vara certa é de fundamental importância para o sucesso do salto, a flexibilidade da vara e seu tamanho devem ser bem dimensionados em relação a força e altura do atleta, estas grandezas físicas ajudam no desempenho do atleta durante a execução do salto.

O mais surpreendente foi que Tiago nunca tinha alcançado esta marca antes, e nunca na história das Olimpíadas havia-se superado os 6m de altura! Segundo Lavillenie, a culpa foi dos torcedores brasileiros que o vaiaram e atrapalhou sua concentração!! Atitude de quem não tem o verdadeiro espírito olímpico.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Simbiose entre ciência e esporte na Rio 2016

A Olimpíada do Rio de Janeiro foi um grande sucesso!
Era grande a apreensão frente a tantos desafios que um evento como este impõe. Acredito que os maiores receios estavam em lidar com os conflitos locais que a nossa cidade vive diariamente, e com o mais sombrio, os possíveis ataques terroristas que nos últimos tempos o mundo se depara. Mas, como somos um povo muito abençoado, tudo correu na mais perfeita ordem, nossa população soube receber os turistas com muito respeito e hospitalidade.

Pude vivenciar uma cidade em festa, cosmopolita, inclusiva, onde turistas de todas as partes do mundo participavam com liberdade de torcer pelo seu país, seja nas arenas, seja nas ruas, por onde as provas esportivas aconteciam. Realmente foram dias fantásticos!


Como fã de vários esportes, e tema de minha pesquisa, que é o estudo da interdisciplinaridade entre o esporte e a ciência física, mantive-me atenta aos jogos e as diversas disputas das inúmeras modalidades, o que diga-se de passagem foi tarefa quase impossível, frente a tantas provas que aconteceram. 

Fiz várias anotações sobre as disputas, meu interesse não foi exclusivamente registrar os vencedores, suas marcas ou as quebra de recordes, mas, principalmente, meu olhar procurou perceber em quais pontos a ciência e o esporte colaboram na efetivação dos lances espetaculares e na construção dos grandes atletas. 

A nossa Olimpíada foi também palco da indústria tecnológica, especialmente, as digitais. Nos últimos posters eu apresentei algumas inovações tecnológicas que estavam em teste nos eventos pré-olímpicos, mas nem todas foram incorporadas, como foi o caso das redes com leds no volei de praia e quadra. Dando continuidade a programação, semana que vem começa a Paralimpíada do Rio 2016, e eu imagino que muito mais há por vir e nos surpreender.


segunda-feira, 20 de junho de 2016

Melhor marca dos 100m com modelo de Pritchard



O Aberto Internacional de Atletismo, em Kingstown na Jamaica, aconteceu a apenas dois meses da tão esperada Olimpíada do Rio de Janeiro.  Como sempre, a prova de 100m masculino foi o ponto forte do campeonato, que nesta edição contou com atletas renomados: Usain Bolt, Asafa Powell, Y. Blake, entre outros.  


Era a terceira competição de Bolt em 2016, todos estavam ansiosos para conhecer suas reais condições já que, há poucas semanas atrás ele havia se lesionado.  Detentor dos recordes mundiais e olímpicos, já não repetia mais suas marcas, nem tão pouco, nenhum ser humano o fez. Neste campeonato  seu desafio era bater o melhor tempo deste ano, 9s86, de Jimmy Vicaut.

Posicionados nos blocos de partida, após o tiro, tudo acontece em pouquíssimos instantes, Bolt faz surpreendente recuperação passando por todos após saída lenta e completa a prova a exatos 9s88.  Lamentou quem pensou que ele não atingiu sua meta, mas se considerarmos que Jimmy correu com velocidade de vento a favor igual a 1,8m/s e utilizarmos o modelo de Pritchard (1993) que corrige o tempo do atleta para condição de vento nulo, vemos que o francês teria completado o percurso em 9,96s, ou seja, com oito centésimos de segundo a mais que o jamaicano.  Inclusive, com marca pior do que Y. Blake que ficou em segundo lugar.
Ao que tudo indica, na nossa casa, Bolt continuará dando um show a parte!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Gatlin no Mano a Mano

Este ano o já tradicional evento Mano a Mano foi disputado na Quinta da Boa Vista, em São Cristovão no RJ.   Neste cenário espetacular, onde a pista dos 100m foi construída sobre um grande  lago, contou com atletas olímpicos e paraolímpicos de ambos os sexos. 



Justin Gatlin foi o astro principal do evento, em incrível forma física aos 34 anos, vem surpreendendo com as últimas marcas alcançadas após passar quatro anos afastados das pistas por motivo de doping.  Detentor do ouro olímpico em Atenas, este americano é o possível homem a bater o lendário corredor Usain Bolt nas Olimpíadas do Rio 2016.
Embora o desempenho do grupo não tenha sido extraordinário, devido a chuva que caiu alterando o atrito na pista, ainda assim, o americano ganhou com vantagem de quase um metro a frente, a exatos 0,97cm do corredor de Trinidade e Tobago, seguidos pelos outros dois atletas brasileiros.   Gatlin fez o tempo de 10,19s e obteve velocidade média de 35,33km/h.

Os torcedores brasileiros puderam saborear a vitória de Rosangela dos Santos sobre a medalhista olímpica Carmelita Jeter (USA), ao correr os 100m nos exíguos 11,23s, cuja velocidade média foi de 32,06km/h.   

terça-feira, 31 de maio de 2016

Tecnologia na Rio 2016: parte III



Outra novidade tecnológica na Rio 2016 é a utilização de um dispositivo dentro das piscinas que informa aos nadadores o número de voltas nas provas longas.  Até o evento-teste de natação, neste ano, a contagem era apresentada através de placas manuais na borda da piscina obrigando os atletas a olharem para fora da água.  As empresas de tecnologia relatam que inovações como esta, somente foram elaboradas a partir das solicitações dos atletas, que são os que de fato percebem as dificuldades a serem enfrentadas prejudicando o rendimento.  O espetáculo para o público também está sendo aprimorado. Pela primeira vez, todos os placares em todos os ginásios e arenas terão imagens coloridas melhorando a visualização dos grandes lances.

Tecnologia na Rio 2016: parte II

Empresas variadas compõem a tropa que tem a missão de conectar a Rio 2016. Coube à Embratel tocar a parte de telecomunicações, enquanto a multinacional Atos foi convocada para cuidar de TI. Telões levam a marca Panasonic, e a Omega é responsável pelas áreas de cronometragem e pontuação, como acontece desde os Jogos de Los Angeles, em 1932. Foram funcionários da tradicional fábrica suíça de relógios que criaram o photo finish, entre diversos inventos adotados até hoje. Outro exemplo: a placa de contato, acoplada às bordas das piscinas para marcar o tempo dos nadadores, estreou nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1967. Cinco anos depois, na Olimpíada de Munique, o sueco Gunnar Larsson terminou suas braçadas nos 400 metros medley 2 milésimos de segundo à frente do americano Tim McKee e teve o ouro assegurado pelo equipamento. Para se ter uma ideia, um piscar de olhos dura mais do que essa fração de tempo. Passadas mais de quatro décadas, sensores usados atualmente nas piscinas permitem até calcular se um atleta pulou antes de escutar o disparo de partida, mesmo que ele caia na água depois do tiro. É um caso muito específico de queima de largada que só as máquinas detectam.



Essa sofisticada rede de programas, profissionais e equipamentos garante vitórias esportivas e evita derrotas longe das arenas. Nos últimos Jogos, em Londres, foram rechaçados mais de 250 milhões de tentativas de ataque de hackers ligadas ao evento. A preocupação com a sabotagem digital não é só do comitê. Para proteger sites públicos e privados, o Exército brasileiro vai mobilizar cerca de 200 especialistas enquanto as provas durarem. 

Trata-se do dobro do efetivo convocado para a mesma função na Copa do Mundo de 2014. Há outras estratégias mais singelas para assegurar que tudo dê certo no grande evento do ano que vem. São cuidados mínimos, como o estoque de peças de reserva, para substituir imediatamente as que apresentarem problemas, e a proibição do uso de equipamentos que não tenham sido testados antes de entrar em operação. A meta do diretor de tecnologia Elly Resende é manter-se discreto em 2016. “Tecnologia só é lembrada quando há problema. Nosso objetivo é o anonimato”, diz. A função de brilhar, todos sabem, caberá a máquinas de carne e osso como Usain Bolt, entre os aguardados 10 500 atletas de 206 países, protagonistas da festa.

Matéria publicada na Revista Veja Rio no dia 31/10/2015.

Tecnologia na Rio 2016: parte I

Nas mais acirradas disputas do esporte em tempos modernos, muitas vezes a imagem definitiva — aquela que consagra o campeão — é feia. Escura, desfocada, atende pelo nome de photo finish e, com precisão total, decretou, por exemplo, a última conquista de Usain Bolt. Em 23 de agosto, na final dos 100 metros rasos do Mundial de Atletismo realizado em Pequim, o sorridente corredor jamaicano cruzou a linha de chegada 1 centésimo de segundo antes do americano Justin Gatlin. Só uma câmera de última geração, capaz de registrar até 600 000 fotos por minuto, poderia flagrar a cena. Esse e outros equipamentos de ponta estão desembarcando no Rio antes dos atletas e, como os competidores, passam por severos preparativos para chegar tinindo ao início dos Jogos, no dia 5 de agosto de 2016. O photo finish, que garantiu mais um ouro para Bolt, fez sua grande estreia na primeira Olimpíada de Londres, em 1948, e, aperfeiçoado, hoje divide espaço com invenções mais recentes. Uma delas é a rede inteligente de vôlei, com sensores que entregam para o juiz quando algum jogador a toca. O dedo-duro eletrônico entrou em quadra nas partidas da Liga Mundial, em julho deste ano.


Cerca de 20% do orçamento olímpico, de 7,4 bilhões de reais, é destinado à tecnologia. Trata-se de uma dinheirama proporcional à trabalheira. Esse setor no comitê organizador é encarregado de providenciar de equipamentos de escritório a rede de internet para os jornalistas que vão cobrir as competições. São de responsabilidade da área 12 000 computadores e 15 000 celulares, entre outros itens contados aos milhares. Até maio do ano que vem, estão previstas 200 000 horas de testes, somados os tempos dedicados a 1 200 peças de TI (tecnologia da informação), para prevenir qualquer imprevisto. Programas e máquinas que serão usados durante os Jogos vêm sendo submetidos a intermináveis simulações, nas quais são reproduzidas situações que podem acontecer durante as disputas. “O equipamento avaliado aqui vai para os eventos-teste, para evitar incompatibilidade e outros problemas”, explica Elly Resende, diretor de tecnologia da Rio 2016. Quando as provas começarem, o executivo de jeito tranquilo vai comandar um exército de 6 000 profissionais.
Matéria publicada na Revista Veja Rio no dia 31/10/2015.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Photofinish na Olimpíada do Rio

Parceira do Comitê Olímpico Internacional desde os Jogos de Los Angeles, em 1932, a Omega promete novas inovações na tecnologia de cronometragem para a Olimpíada do Rio de Janeiro, em agosto. A ideia da empresa suíça é fazer com que a precisão seja capaz de definir um vencedor, mesmo em provas de velocidade como nos 100 m do atletismo.
“O novo photo-finish nos mostra exatamente o que aconteceu na linha de chegada. São 10.000 imagens digitais por segundo”, contabiliza Alain Zobrist, CEO da Omega Timing, mostrando figuras captadas pelo novo instrumento, que estreia no Rio de Janeiro.
“Se dois atletas terminarem a prova no mesmo centésimo de segundo, a câmera será capaz de detectar quem venceu. Empates não são mais possíveis no atletismo”, conta Alain Zobrist, CEO da Omega Timing.
Até os Jogos de Londres, em 2012, dois pares de fotocélulas, postados na linha de chegada, emitiam feixes de luz para determinar quem venceu a prova.
“Nas corridas de cadeirantes da Paralimpíada, por causa de sua especificidade, testamos a utilização de quatro feixes de luz. Neste ano, vamos usar esse equipamento também para o atletismo olímpico”, contou Zobrist.
A empresa montou sua parafernália na pista do estádio Nilton Santos, o Engenhão, que recebe o Campeonato ibero-Americano de atletismo de sábado a segunda-feira. A competição serve como evento-teste para os Jogos do Rio.
Na sala de cronometragem, uma equipe grande trabalha para testar os equipamentos. São 18 monitores, entre TVs, desktops e notebooks, que captam os resultados detectados pelas câmera e cronômetros espalhados pelo estádio e são capazes de dar, em tempo real, os resultados dos atletas, tanto em provas de pista como de saltos e arremessos.
Para a Olimpíada, esse número será um pouco maior. São 450 toneladas de equipamentos e 200 km de fios e cabos para dar conta da medição de todas as modalidades.
 *O repórter viajou a convite da Omega


Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/omega-estreia-equipamento-prova-de-empate-em-jogos-do-rio-2016_30397.html#ixzz4AB5CP7BO

terça-feira, 15 de março de 2016

Rede de vôlei de praia com LEDs no Gram Slam do RJ


 
 A rede de vôlei feita de LED teve sua estréia no vôlei de praia no Grand Slam do Rio de Janeiro, evento teste para as Olimpíadas 2016, que aconteceu neste começo de março.  A rede de LED faz sucesso visual entre os espectadores, compondo imagens e palavras com suas inúmeras lampadazinhas de diferentes cores, entretanto, sua aprovação é alvo de crítica por parte dos atletas.   



O Prêmio Nobel de Física em 2014 foi agraciado a dois japoneses, e um americano pela descoberta da luz de LED na cor azul.  Esta invenção foi reconhecida como de extrema importância porque era o que faltava para produzir lâmpadas de luz branca com LEDs.  A luz branca é composta a partir da mistura das cores primárias azul, verde e vermelha, sendo que estas duas já haviam sido fabricadas. Todos os LEDs são feitos de materiais semicondutores, no caso do azul, em nitreto de gálio. A grande vantagem em usar as lâmpadas de LED é porque são muito mais econômicas tanto na fabricação quanto no consumo de energia.  Assim, estas lampadazinhas vem revolucionando os cenários de muitos locais, e nos últimos tempos começaram a entrar nos eventos esportivos.  


Representado por Alison Mamute, da dupla que está em primeiro lugar mundial, deu seu parecer sobre esta novidade: “trata-se de um dos primeiros grandes eventos do ano, no Rio de Janeiro, praticamente o evento que antecede os Jogos, estrearem uma rede dessa, totalmente diferente do que estamos acostumados... As redes das quadras de fora são de um jeito, a de dentro é de outro. A altura da rede estava irregular, ela não podia ser consertada. Não acho que isso cabe com um torneio desse porte.”  


E ainda seu parceiro Bruno acrescentou:  “Parece uma grade de plástico. A gente costuma usar a rede como acessório de jogo: para salvar uma bola, para um recurso de saque. Está bem diferente... Não é só a gente, jogadores do mundo inteiro estão achando isso”.

Entre contra e a favor, parece que a rede de LED veio para ficar, quando o organizador do comitê olímpico responsável por esta modalidade justificou: “É a primeira etapa do Circuito Mundial que está utilizando esse recurso tecnológico até os Jogos, ela deverá estar mais fina.” 

segunda-feira, 14 de março de 2016

O sistema tecnológico de desafio entra no vôlei de praia






O Grand Slam do Rio de Janeiro, evento teste de Vôlei de Praia das Olimpíadas 2016, ocorreu nesta semana nas areias de Copacabana.  Contou com a participação das melhores duplas mundiais, tanto das categorias feminina quanto masculina.  Foi também palco de despedida do jogador paranaense Emanuel, que ao longo de 25 anos de carreira conquistou mais de 150 títulos, entre eles três medalhas Olímpicas (ouro em Atenas 2004, prata em Pequim 2008 e bronze Londres 2012).   E eu tive a sorte de estar lá e assisti-lo jogar com seu parceiro Ricardo sua última vitória como profissional!  Simplesmente sensacional!


O jogo foi duro, contra a dupla de russos, que sabiam “catimbar” tão bem como qualquer brasileiro, solicitando por algumas vezes o “desafio”.  O sistema tecnológico challenger, que em português quer dizer desafio entrou pela primeira vez nas areias de vôlei de praia.  Trata-se de um recurso onde várias câmeras de filmagem são dispostas em posições estratégicas entorno da quadra e o jogo é inteiramente gravado.  Assim, os jogadores podem solicitar a qualquer momento a revisão de um ponto, quando as imagens são apresentadas em câmera lenta em grandes telões, tirando-se a dúvida com toda clareza.  


Neste jogo, em alguns momentos, os russos aproveitaram este recurso para “esfriar” a dupla olímpica, na tentativa de quebrar a sequência de pontos conquistados.  Mas, nada ofuscou o brilho do “rei” do vôlei de praia, que na sua simplicidade em jogadas plásticas de leveza, ali deixou sua marca nos brindando com sua última vitória como profissional deste esporte.