domingo, 13 de abril de 2014

No domingo, dia 30/03/2014, aconteceu um clássico do futebol carioca, Vasco e Fluminense.  Torcidas apaixonadas compareceram a semifinal do campeonato estadual do Rio de Janeiro. O jogo terminou com 1 a 0 para o Vasco, e um gol anulado do atacante Fred do Fluminense.  Este resultado levantou várias dúvidas sobre o real impedimento que veio a anular o único gol do Flu. Correndo apenas na lateral do campo, o desafio do bandeirinha (árbitro auxiliar) é observar dois acontecimentos simultâneos para marcar o impedimento.   Ao mesmo tempo, que ele observa o lançamento da bola, ele tem que registrar se o jogador que recebe a pelota está a frente dos jogadores do time adversário.  Dependendo da onde a bola foi lançada fica muito difícil este árbitro registrar o impedimento.  


Recentemente, foi publicado um estudo onde apresenta um experimento super simples, que é capaz de cronometrar o tempo que o árbitro leva para movimentar a cabeça de um lado para o outro, a fim de observar um possível impedimento.Acopla-se uma régua na parte superior de um boné que é posto na cabeça de um voluntário, em seguida a régua fica posicionada entre dois fotossesores (sensores a luz). Ao girar a cabeça para um dos lados, a régua ativa um dos fotossensores causando o disparo do cronômetro, e para o outro lado desliga-o via o segundo fotossensor.  Foi medido que o intervalo de tempo que o bandeirinha faz este movimento é de 0,40s a 0,85s (centésimos de segundo). Concluindo-se que é impossível a marcação de impedimentos nos jogos de futebol somente com a visão humana, pois é essencial a observação de dois acontecimentos simultâneos. A utilização de câmeras de filmar para fins de julgamento ao longo do jogo permitiria este detalhamento, tirando qualquer dúvida a respeito de impedimentos. Quem sabe assim, o jogo deste final de semana não teria tido um desfecho diferente para alegria dos “pó de arroz” ?

Matéria postada por Luiz Felipe (conhecido como Pequeno) do Instituto de Física da UERJ.