sábado, 27 de dezembro de 2014

Medina é dez


Nosso garoto, o Medina, com apenas vinte anos, é o primeiro brasileiro a ser campeão mundial de surf! Ele esteve à frente dos grandes ídolos deste esporte ao longo do ano todo, mas o que merece destaque foi o fato dele ser o único atleta a ganhar nota 10 (dez) nesta última etapa do campeonato mundial no Havaí. Essa nota foi conquistada após ele dominar um “tubo perfeito”!

Em geral, os juízes pontuam bem quando o surfista consegue permanecer bastante tempo no interior do tubo d’água, mas isto depende de vários fatores relativos à propagação e forma da onda, bem como, da habilidade do surfista.  Ao descer a onda e entrar no tubo, a velocidade do sistema surfista-prancha é composta por três componentes fundamentais: velocidade de propagação da crista da onda, velocidade tangencial de turbulência da onda e velocidade devido à aceleração da gravidade.

A primeira diz respeito à velocidade de propagação da onda, uma vez que em um bom “swell” de período longo (15-20s) a velocidade da crista da onda escala com o período temporal e pode chegar de 20-25km/h! Sendo assim, inicialmente a remada do surfista tem que impulsioná-lo a uma velocidade superior à da crista da onda, de modo que ele possa pegá-la, caso contrário, a onda o engolirá.

À medida que o tubo vai se formando, o surfista tenta ir até a base da onda para manter-se dentro do tubo. Entretanto, isto é dificílimo, porque a onda tende a rodá-lo como uma roupa dentro de uma máquina de lavar!
Aí o surfista brinca com o fato de seu sistema (ele e sua prancha) estar sujeito à gravidade e vai controlando o seu equilíbrio durante o movimento de queda livre, deixando não toda, mas apenas parte das superfícies lateral e inferior da prancha em contato com a água.  Técnica esta muito similar a aquela que os skatistas usam para descer corrimãos!

Uma vez chegando à base do tubo ele tenta sair dali e retornar rapidamente para a crista da onda, pois à medida que a onda se propaga na direção de profundidades menores, a velocidade de propagação da base da onda se torna menor do que à velocidade da sua crista, e o tubo se fecha e a onda se quebra. Para conseguir escapar desta última “armadilha” da natureza, o surfista usa sua habilidade para colocar boa parte da superfície inferior da prancha em contato com a parede d’água, para que esta o coloque de volta na crista, antes que o tubo se feche por completo.  Nestes segundos finais, o surfista aproveita o movimento de rotação ascendente da onda para sair dela antes que o tubo se desfaça.

O sucesso dessas três etapas maximiza a permanência do surfista no interior do tubo, e isto é uma parcela importante em sua nota.  Por isso, fazer essas “manobrazinhas” aparentemente triviais, de uma cinemática também muito “simplesinha”, dentro de ondas de 3-4m em alguns poucos segundos é apenas para super-humanos, como o nosso “Garoto de Maresias”.


Aloha, boas ondas, um Feliz Natal e um Próspero 2015 para todos!

(Matéria postada pelo Dr. Luiz G. Guimarães, professor associado da Coppe-UFRJ)

Brasil campeão piscina curta 2014



O Brasil fez bonito na natação em piscina curta. Terminou em primeiro lugar no campeonato Mundial no Quatar. Felipe França e Etiene Medeiros foram os nomes do campeonato, ele ganhou cinco medalhas de ouro, ela trouxe a primeira medalha de ouro em mundiais na categoria individual feminino. Não apenas este feito, como também a atleta quebrou o recorde mundial da prova de nado de costas! Que show!

O nado de peito, especialidade de Felipe França, é o que tem a menor velocidade média se comparado as outras modalidades. Isto acontece porque a maior parte do corpo fica submersa ao longo de toda prova, aumentando assim, a força de arrasto produzida pela água.   


Diferente dos outros nados, a maior propulsão não vem dos braços, mais sim das pernas. 
A velocidade imposta pelo atleta não é constante ao longo de um ciclo, existe um momento em que os braços e as pernas flexionam-se juntos, aproximando-se do tronco, e é justamente aí que a velocidade instantânea do nadador cai muito. 
E lembrar que Felipe parou de competir após a última Olimpíada devido ao baixo desempenho naquela competição, ele voltou com tudo, emagreceu 20kg e acelerou!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Bola de basquete e a relação com a mão


Nesta semana, eu estava dando aula no laboratório de eletricidade, e como de costume, circulo entre os alunos, corrigindo as montagens, verificando as ligações elétricas, tirando dúvidas, etc, de modo que nesta dinâmica, eu acabo prestando bastante atenção nas mãos dos estudantes e seus posicionamentos nos equipamentos de modo a evitar choques.  

Foi quando me surpreendi com o tamanho das mãos do Bernardo Paranhos, estudante de engenharia da UERJ e atleta sub-22 de Basquete amador do Botafogo.   Logo me veio , uma pergunta que não quis calar, que foi saber qual seria relação da área da bola de basquete com área da mão dele?   Quantos por cento da área da bola a mão do Bernardo a envolveria? 

Contornei com lápis a mão direita aberta dele no papel, e encontrei um perfil próximo a um retângulo, que correspondeu a área de 427 cm2.   Considerando que a área de uma esfera qualquer é dada pela expressão (4 Pi R^2) , portanto, a área da bola de basquete masculina é 1932 cm2, já que seu raio é de 12.4cm. 

Calculando as devidas proporções, encontramos que 22% da bola fica confortavelmente protegida pela mão do Bernardo quando em sua posse.  Será está relação muito grande mesmo?  
Fui verificar informalmente a média do tamanho das mãos dos rapazes da mesma faixa de idade dele, todos tiveram áreas de suas mãos bem menores do que a dele! 

No meu limitado conhecimento deste esporte, penso que este aspecto deve facilitar no manuseio e equilíbrio com a bola.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Brasil crescendo em novas modalidades: Poomsae

No dia 9 de setembro do presente ano, a seleção brasileira de Taekwondo estará embarcando para o México e irá representar o país na modalidade Poomsae no Campeonato Pan Americano.


Esta modalidade esportiva, pouco conhecida para os brasileiros, resgata os princípios de uma arte marcial milenar coreana, e é composta por movimentos pré-definidos de ataque e defesa a um oponente imaginário. A competição é realizada numa área cujas medidas são padronizadas e o atleta executa sua sequência de golpes entre um minuto a um minuto e meio.  Por exemplo, o soco jireugi, normalmente é um dos integrantes da sequencia Poomsae.  
Por exemplo, o soco jireugi é normalmente um dos integrantes da sequencia Poomsae. A mão que executa o jireugi deve iniciar seu movimento na lateral entre o quadril e a costela, o movimento inicia-se com a rotação do quadril, fazendo com que ao final do movimento do mesmo a mão seja lançada com a mesma velocidade de rotação do quadril, enquanto que o braço oposto é recolhido à medida que o outro avança, produzindo assim um binário de força. O braço lançado descreve um movimento uniformemente acelerado, ou seja, tem aceleração positiva e velocidade crescente até sua extensão máxima. A este movimento também se pode associar a energia cinética, que é a energia do movimento do braço.   

A equipe que irá representar o país é composta por 25 atletas, sendo 16 do Rio de Janeiro e desses 16, 12 são da equipe TKDRIO que  treinam com o mestre Evandro. É a maior e mais forte equipe que o Brasil já pode montar e com chances reais de medalhas.  Eu sou Hélio Brandão, estudante de física na UERJ, faço parte do projeto Física dos Esportes e integrante da seleção brasileira de Poomsae.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Bolt no Rio de Janeiro

Domingo, dia 17/08/2014, aconteceu pela segunda vez, o Desafio Mano a Mano na praia do Leme no Rio de Janeiro. O clima de festa marcou o evento esportivo promovido pela TIM.  Atletas mundialmente famosos correram os 100m nas categorias: masculino, feminino e paralímpico.  Como já era esperado, Usain Bolt, venceu a prova com folga, mesmo após oito meses sem competir. Entretanto foi na etapa feminina, que o público foi surpreendido quando a brasileira Rosângela Santos passou como um foguete disputando palmo a palmo a primeira colocação com Schillonie Calvert, e deixou para trás a campeã mundial Carmelita Jeter.  Naquele instante, não foi possível perceber quem havia vencido a corrida, quando finalmente o painel apontou a diferença de apenas 0,02s, dando a vitória para a nossa atleta. 
Fazendo alguns cálculos relativos à velocidade média das atletas, encontramos que Rosangela ao cruzar a linha de chegada estava a menos de 18cm da segunda colocada, foi por isso, que ela declarou que precisou da confirmação do painel para ter certeza que havia ganhado a prova.    

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Medina vence Kelly Slater no Tahiti


Esta segunda-feira, 24/8/14, entrou para a história do surf brasileiro quando Gabriel Medina conseguiu vencer o lendário Kelly Slater, em Teahupoo no Tahiti.  De um lado, o onze vezes campeão mundial de surf, esbanjava experiência e incrível forma física aos quarenta e dois anos, enquanto do outro lado, um garoto, de apenas vinte anos, mostrava grande intimidade com o mar e domínio das ondas.    O confronto foi de tirar o fôlego daqueles que acompanhavam a terceira etapa do campeonato.   Ondas gigantes e perfeitas de 3m a 4m avançavam com enorme velocidade na bancada de corais mais perigosa do mundo. 
A disputa foi tensa, e por uma diferença pequena de pontos Medina venceu esta etapa, abrindo oito mil pontos em relação ao segundo colocado (K. Slater) na classificação geral deste ano. Este resultado acende a esperança do Brasil em ganhar o tão sonhado primeiro título mundial de surf.
As ondas do mar são ondas mecânicas, e assim como qualquer outra, estão sujeitas aos chamados fenômenos ondulatórios da natureza.  Na maioria das vezes as ondas do mar formam-se em grupos (os surfista chamam estes grupos de série), e depois por alguns instantes, as ondas cessam, para voltar a formar um novo grupo.  A velocidade do grupo é diferente da velocidade de cada onda dentro do grupo, a esta, chamamos de velocidade de fase.

Quando assisti a bateria final deste campeonato fiquei me perguntando qual seria a velocidade que o competidor teria para sair do tubo e não ser engolido pela onda?  Tomando a aproximação que a velocidade de grupo é igual a velocidade da crista da onda, podemos usar a expressão v=sqrt(gh), onde g=9,8m/s2, e h é a altura da onda até o assoalho oceânico.  Supondo que a bancada de corais tem entorno de 3m de profundidade, h=7m, logo, Medina e Slater surfaram com velocidades superiores a 29km/h, no momento que o tubo estava na abertura máxima, para não serem engolidos pelas ondas. Esta velocidade não parece tão grande, mas se a gente lembrar que eles estavam soltos em cima da prancha, contanto apenas com o equilíbrio do corpo e lutando com a inércia do mesmo, nestas condições ela é enorme!

terça-feira, 15 de julho de 2014

O gol da tecnologia: França e Honduras


Embora o time do Brasil não tenha tido uma boa atuação na Copa do Mundo de Futebol do seu país, a Copa das Copas (como ficou conhecida) foi um sucesso.

Vários foram os destaques, a começar pela hospitalidade e alegria da nossa população, a pontualidade dos vôos domésticos, e a inacreditável eficiência dos aeroportos e transportes terrestres.   

As novidades da tecnologia a favor da organização do evento dentro e fora de campo também foi outro marco. As tomadas de imagens televisivas das partidas de futebol, das fan fests e dos pontos turísticos das várias cidades em que ocorreram disputas foram maravilhosas, que caberiam um post para discuti-las, mas o maior destaque ficou realmente por conta do uso da Goal System Control 4D.  

Pela primeira vez na história das copas de futebol a tecnologia de detecção automática de gols deu o veredicto final, definindo um lance duvidoso.  Após análise das imagens das sete câmeras posicionadas em cada gol, o alarme foi emitido para relógio de pulso do juiz, confirmando que a bola da França havia entrado no gol de Honduras, e tudo isso foi feito em menos de um segundo. Incrível!  As imagens são, então, disponibilizadas nos telões para que todos possam perceber o detalhe da jogada que somente as câmeras foram capazes de captar.

O sistema alemão já tinha sido testado nos mundiais de clubes de 2012, 2013 e na Copa das Confederações, entretanto, não aconteceu nenhum lance duvidoso durante estes eventos. Quis o destino que fosse inaugurado aqui no Brasil, numa partida com árbitro brasileiro, e na Copa em que a equipe alemã tornou-se tetra campeã.    

Veja o lance em:    
https://www.youtube.com/watch?v=jFylEt2MWaY

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Do rádio a válvula ao relógio de pulso que diz ao juiz se foi gol

Do rádio a válvula ao relógio de pulso que diz ao juiz se foi gol
POR CARLOS ALBERTO TEIXEIRA



RIO - Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, a tecnologia vem evoluindo a um ritmo cada vez mais frenético. Os aficionados pelo esporte que não puderam assistir às pelejas da primeira Copa nos estádios acompanharam as partidas pelo rádio. Mas o rádio daqueles tempos era um verdadeiro móvel, geralmente adornando a sala de estar dos mais abastados. Os modelos mais avançados eram uma caixa com design apurado, com um dial e dois botões: volume e sintonia. Todos os aparelhos eram equipados com válvulas eletrônicas que exigiam, para começar a ouvir qualquer som, aguardar alguns segundos logo depois de ligar o monstrengo, para esquentar as válvulas.

Com a invenção do transistor em 1947, os circuitos eletrônicos ficaram bem menores, mas só em 1954 foi criado o primeiro rádio transistorizado, o Regency TR-1. Seis anos depois, em 1960, a Sony lançou seu radinho de pilha de bolso, aparelho que se tornou universal. As baterias eram pequenas, e o aparelho era bem durável, graças à “avançada” eletrônica japonesa.

A primeira transmissão comercial de TV foi feita pela americana CBS, em 1931, mas a Copa só teve cobertura pela televisão em 1954, em preto e branco, e ainda para poucos países. Na seguinte, em 1958, deu-se a primeira transmissão televisiva em escala considerada mundial. E em 1966, foram introduzidos equipamentos para replay, e o videotape estreava.

Em 1953, começaram oficialmente as transmissões de TV a cores, pela NBC, mas só 17 anos depois, em 1970 no México, aconteceu a primeira transmissão colorida da competição, que também marcou o primeiro uso de replays em câmera lenta e a primeira transmissão realmente mundial do evento via satélite.


“Com a chegada da cor, a natureza dos esportes como entretenimento mudou para sempre. A imagem tinha mais informação, liberando os comentaristas e narradores de serem tão radialistas, podendo focar em outros aspectos, tais como o desempenho de jogadores”, disse Iain Logie Baird, curador de TV no Museu Nacional de Mídia, no Reino Unido.

A primeira transmissão de TV via satélite foi feita da Europa para os EUA em 1962, por meio do satélite Telstar. E, a Copa de 2010, na África do Sul, marcou a História por ter sido a primeira a ser transmitida pela TV em Full HD e também, em baixa resolução, via dispositivos móveis, como smartphones e os primeiros tablets, já que o iPad fora lançado em abril.

Infelizmente, a promessa da nova tecnologia 4K TV para a Copa não se concretizou. A “TV Globo” transmitirá os jogos em 4K em telões urbanos no Rio. Mas não haverá qualquer transmissão ou streaming doméstico dessas partidas em 4K TV.

Dentro de campo, a tecnologia marca importante presença nesta edição da Copa. Será a estreia da GLT (Goal-Line Technology), anos depois de já ter sido introduzida em esportes como tênis e depois de uma experiência de sucesso na Copa das Confederações. Com a GLT, o juiz usa um relógio de pulso que informa inequivocamente se foi ou não gol, graças a 14 câmeras que enviam imagens digitalizadas para uma sala de controle localizada no topo do estádio.

Segundo Tony Shelton, da compilação “Science and Soccer”, avanços tecnológicos foram essenciais em venda de ingressos, organização de logística e de pessoal, gerenciamento de transportes e acomodações, credenciamento e controle de acesso aos estádios.

Em tempo, graças à tecnologia atual, você pode ver de graça no seu computador os principais momentos de todas as finais da Copa, desde a vitória do Uruguai, em 1930, até a vitória da Espanha, em 2010. Basta acessar <http://youtu.be/wdd-PEE5UNE>.


matéria do jornal Globo online, dia 8/6/2014.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A estreia do Brasil na Copa do Brasil

A seleção brasileira estreou na competição contra a seleção da Croácia na Arena de São Paulo. Com dois gols de Neymar (2) e um de Oscar, nossa seleção venceu por 3 a 1. Durante e após a partida os canais televisivos  vem divulgando as diversas estatísticas, como por exemplo, a posse de bola dos times (Brasil 58% e Croácia 42%) e o número de desarmes (Brasil 7 e Croácia 13). Em alguns jogos também apresentam informações da distância percorrida e da velocidade máxima de cada jogador. A FIFA está divulgando em seu site todos estes dados; desse modo, não podemos deixar de analisar a Física envolvida neles.

Qual jogador percorreu a maior distância durante a partida? Qual jogador da seleção brasileira teve maior velocidade máxima? Quem teve a maior velocidade média? Essa e outras questões podem ser respondidas ao analisarmos as estatísticas.  Falando sobre distância percorrida pelos jogadores da nossa seleção temos em primeiro lugar Luiz Gustavo com 11,166 km, Daniel Alves em segundo com 10,348 km e Oscar em terceiro com 9,931 km.
Como houve três substituições, seis jogadores permaneceram em campo por um tempo inferior ao dos outros oito jogadores. Por isso, para uma melhor discussão podemos utilizar o conceito de velocidade média. 

Calculando a velocidade média através da razão entre a distância percorrida pelo tempo em que o jogador permaneceu em campo, o nosso pódio é composto por Ramires com 2,23 m/s, Paulinho com 1,96 m/s e Luiz Gustavo com 1,92 m/s. Isso mostra uma característica dessa seleção brasileira, que os volantes participam intensamente do jogo, atacando e defendendo.  A realização das análises dessas grandezas físicas traz muitas informações sobre o perfil do jogo de cada time.  Em relação à velocidade máxima o pódio ficou formado por Ramires (31,07 km/h) , Bernard (29,23 km/h) e Marcelo (28,87 km/h).

Outro ponto que pode ser abordado é o mapa de “calor” que apresenta os locais por onde o jogador se locomoveu durante a partida.


Na figura acima podemos observar os mapas de Neymar, Oscar e Hulk. Lá podemos ver os posicionamentos de Neymar e Hulk pela direita (Hulk jogando bem próximo da linha lateral), e Oscar pela esquerda. Vale ressaltar, que Neymar e Oscar também tiveram deslocamentos pelo centro, porém, a maior parte dos deslocamentos foi pelas laterais.  

Todas estas estatísticas colaboram para um melhor entendimento da nossa seleção, e para uma melhor armação do próximo time opositor, no caso, o México.  

Postado por Osmar Preussler (Mestrando e Prof. de Física da rede estadual do RJ)

terça-feira, 3 de junho de 2014

Saltibum: saltos ornamentais


  • Após nove semanas de provas de saltos ornamentais com atores e atrizes durante o programa televisivo do Luciano Huck na rede Globo, o público pode se familiarizar, em parte, com este esporte olímpico pouco divulgado aqui no Brasil. A cada etapa vencida neste programa, a dificuldade imposta aos concorrentes amadores aumentava, literalmente, aumentava a altura da plataforma que eles deveriam saltar (3m; 5m; 7,5m; 10m).

  • O salto ornamental é esporte olímpico desde 1904, e determina que os atletas mergulhem de trampolins de 1m, e 3m e plataforma de 10m de altura, fazendo acrobacias durante o percurso.   Quando o atleta salta da plataforma, a força da gravidade atua sobre ele, imprimindo uma aceleração constante e igual a g= 9,8m/s2, de modo a aumentar sua velocidade continuamente até atingir a superfície da água.

  • Num primeiro momento, para uma análise simples do movimento, podemos desprezar a força associada a resistência do ar, que se opõe a direção de queda do atleta.  Deste modo, é possível considerar a conservação da energia mecânica do movimento, que resulta a obter o valor da velocidade do atleta ao tocar a água (v=sqrt(2gh)). Observe que a velocidade final somente depende da altura da plataforma (h) e da aceleração da gravidade, e não depende da massa corporal do atleta! Portanto, quanto mais alta a plataforma maior será a velocidade atingida por ele ao entrar na água. Para alturas de 3, 5 e 10m as velocidades finais são: 27,6km/h; 35,6km/h e 50,4km/h, respectivamente.

  • Portanto, é totalmente compreensível que os competidores do programa Saltibum tivessem receio de saltar da plataforma de 10m, especialmente, por saberem que a possibilidade de entrar na água corretamente era bem baixa!

terça-feira, 13 de maio de 2014

A Ciência da Copa do Brasil

Esporte, ciência e tecnologia sempre andaram juntos; entretanto, perceber as novidades nem sempre é fácil, especialmente, pelos torcedores, quando o  mais importante é a vitória do time do coração.  

Aproveitando a proximidade da Copa do Mundo de Futebol, a Revista INFO do mês de maio traz uma matéria interessante sobre a evolução tecnológica dos diversos aspectos que compõe este esporte.  Os avanços estão desde a bola, chuteiras, camisas, arbitragem, tecnologia dos estádios e preparação física dos atletas, e principalmente a evolução na transmissão dos jogos nos meios de comunicação.  Aqui, farei um breve resumo de alguns tópicos que achei mais interessante, a começar pela evolução do uniforme dos jogadores.

Nem eu sabia, mas a camisa do uniforme oficial do Brasil nem sempre foi amarela, na primeira participação na copa de 1914 à de 1950, ela era branca com cola azul e feita de algodão.  Pesava 400gr e quando encharcada por suor chegava a 450gr.  Outro aspecto negativo era que devido a reter grande umidade, a temperatura entre o corpo do atleta e a camisa, abaixava chegando a 24º C, provocando calafrios.  Após tentativas de fabricação com outros materiais, a camisa que será utilizada neste mundial é de dry fit, material feito a partir da reciclagem de garrafas pets, usa cola no lugar da costura, e pesa apenas 134gr. Este material deixa o corpo ventilar, não retêm suor e mantêm a temperatura do atleta entorno dos 30ºC.   Os árbitros não foram esquecidos, passaram a usar blusas amarelas de manga curta, deixando no passado o aspecto sisudo dos uniformes pesados e totalmente pretos.
  
Alguns dispositivos eletrônicos entraram em campo, com a promessa de reduzir injustiças da arbitragem.  Quatorze câmeras são colocadas ao redor das traves de gol, e interconectadas a computadores, que fazem leitura da posição da bola 30 vezes mais rápido do que o olho humano. Caso a bola ultrapasse a linha do gol em poucos milímetros, um sinal é enviado para o relógio de pulso do juiz, que então pode validar o gol com maior respaldo.

Usando solfwares apropriados, hoje em dia é possível saber que um jogador de futebol corre em média 10,8km durante 90min, enquanto que em 1966, quando começou a era da preparação física, eles corriam apenas 6km por partida.

Creio que na nossa Copa, muitas novidades no campo da tecnologia ainda irão nos surpreender; é o bom ficarmos de olho para não perdermos nenhum lance!

domingo, 13 de abril de 2014

No domingo, dia 30/03/2014, aconteceu um clássico do futebol carioca, Vasco e Fluminense.  Torcidas apaixonadas compareceram a semifinal do campeonato estadual do Rio de Janeiro. O jogo terminou com 1 a 0 para o Vasco, e um gol anulado do atacante Fred do Fluminense.  Este resultado levantou várias dúvidas sobre o real impedimento que veio a anular o único gol do Flu. Correndo apenas na lateral do campo, o desafio do bandeirinha (árbitro auxiliar) é observar dois acontecimentos simultâneos para marcar o impedimento.   Ao mesmo tempo, que ele observa o lançamento da bola, ele tem que registrar se o jogador que recebe a pelota está a frente dos jogadores do time adversário.  Dependendo da onde a bola foi lançada fica muito difícil este árbitro registrar o impedimento.  


Recentemente, foi publicado um estudo onde apresenta um experimento super simples, que é capaz de cronometrar o tempo que o árbitro leva para movimentar a cabeça de um lado para o outro, a fim de observar um possível impedimento.Acopla-se uma régua na parte superior de um boné que é posto na cabeça de um voluntário, em seguida a régua fica posicionada entre dois fotossesores (sensores a luz). Ao girar a cabeça para um dos lados, a régua ativa um dos fotossensores causando o disparo do cronômetro, e para o outro lado desliga-o via o segundo fotossensor.  Foi medido que o intervalo de tempo que o bandeirinha faz este movimento é de 0,40s a 0,85s (centésimos de segundo). Concluindo-se que é impossível a marcação de impedimentos nos jogos de futebol somente com a visão humana, pois é essencial a observação de dois acontecimentos simultâneos. A utilização de câmeras de filmar para fins de julgamento ao longo do jogo permitiria este detalhamento, tirando qualquer dúvida a respeito de impedimentos. Quem sabe assim, o jogo deste final de semana não teria tido um desfecho diferente para alegria dos “pó de arroz” ?

Matéria postada por Luiz Felipe (conhecido como Pequeno) do Instituto de Física da UERJ. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

A tecnologia ajudando o Remo


Com o objetivo de melhorar ainda mais o desempenho dos atletas do remo olímpico, o engenheiro eletrônico Marcio Nogueira de Souza desenvolveu um aparelho capaz de fornecer dados, tais como: a velocidade do barco, o número de remadas por minuto, sua aceleração, o trajeto percorrido e o desempenho técnico do remador. O aparelho é aprova d’água e mede apenas 9x7 cm², podendo se encaixar no fundo do barco.

Segundo o pesquisador, possuir essas informações representa o diferencial com que todo treinador sonha em trabalhar, pois geralmente os técnicos somente contam com observações visuais para a avaliação dos atletas.

Souza acredita que com o auxílio de seu aparelho, o atual cenário do remo brasileiro possa mudar, pois não há como o Brasil formar atletas competitivos internacionalmente sem investir em tecnologia esportiva.


Para maiores informações ler matéria da Revista Faperj, fevereiro 2014.
Matéria escrita pelo licenciando em Física da UERJ, Caio Maximiano.

segunda-feira, 10 de março de 2014

O Bicampeonato Mundial do Duda

         Enquanto o Brasil dançava e pulava pelos quatro cantos, bem longe daqui, na Polônia o atleta MAURO VINICIUS DA SILVA, o “DUDA”, nos brindava com o bicampeonato mundial de salto em distancia indoor (arena fechada), na última tentativa ao saltar 8,28m e bater o seu próprio recorde de 2012. A conquista dele é inédita, nunca antes na história deste país, nenhum atleta ganhou duas medalhas de ouro em edições de mundiais de atletismo.




Do ponto de vista físico, o Salto em Distancia pode ser entendido como um lançamento de projétil. Melhor dizendo, o centro de massa (CM) do atleta descreve uma trajetória parabólica durante os instantes que o corpo não tem contato com o solo.  O CM é um ponto fictício, que pode ser entendido como um local “especial”, onde toda a massa do corpo estivesse concentrada ali.  No caso do ser humano, CM fica próximo ao umbigo. 

Para o saltador aumentar o alcance ao fim do salto, ele tem que trabalhar duas grandezas físicas: a velocidade de partida (ao se lançar para o salto) e o ângulo que ele faz com o plano horizontal (solo) ao iniciar o salto.  Os atletas profissionais conseguem ângulos entre 20º a 25º, ainda longe dos ideais 45º, portanto, para um bom rendimento, eles precisam ser exímios corredores para atingirem altas velocidades de partida.

Parabéns Duda!  Esperamos por você aqui no Rio de Janeiro em 2016.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aula de física com skeleton, luge e bobsled

Esta matéria foi ao ar dia 8 de fevereiro de 2014 no canal Sport tv.


O programa Zona de Impacto me convidou para falar um pouco sobre a Física envolvida
em alguns esportes de gelo.
Tal assunto surgiu em virtude do início das Olimpíadas de Inverno em Sochi, cidade da Rússia. 

O pessoal do Sport tv selecionou três esportes para serem discutidos: o bobsled, o luge e o skeleton. 


Creio que esta escolha se deu pelo fato de serem considerados "radicais", uma vez que é possível atingir velocidades altíssimas nos trenós (130km/h). 

Convido a todos para assistirem o vídeo do programa.