terça-feira, 31 de maio de 2016

Tecnologia na Rio 2016: parte III



Outra novidade tecnológica na Rio 2016 é a utilização de um dispositivo dentro das piscinas que informa aos nadadores o número de voltas nas provas longas.  Até o evento-teste de natação, neste ano, a contagem era apresentada através de placas manuais na borda da piscina obrigando os atletas a olharem para fora da água.  As empresas de tecnologia relatam que inovações como esta, somente foram elaboradas a partir das solicitações dos atletas, que são os que de fato percebem as dificuldades a serem enfrentadas prejudicando o rendimento.  O espetáculo para o público também está sendo aprimorado. Pela primeira vez, todos os placares em todos os ginásios e arenas terão imagens coloridas melhorando a visualização dos grandes lances.

Tecnologia na Rio 2016: parte II

Empresas variadas compõem a tropa que tem a missão de conectar a Rio 2016. Coube à Embratel tocar a parte de telecomunicações, enquanto a multinacional Atos foi convocada para cuidar de TI. Telões levam a marca Panasonic, e a Omega é responsável pelas áreas de cronometragem e pontuação, como acontece desde os Jogos de Los Angeles, em 1932. Foram funcionários da tradicional fábrica suíça de relógios que criaram o photo finish, entre diversos inventos adotados até hoje. Outro exemplo: a placa de contato, acoplada às bordas das piscinas para marcar o tempo dos nadadores, estreou nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1967. Cinco anos depois, na Olimpíada de Munique, o sueco Gunnar Larsson terminou suas braçadas nos 400 metros medley 2 milésimos de segundo à frente do americano Tim McKee e teve o ouro assegurado pelo equipamento. Para se ter uma ideia, um piscar de olhos dura mais do que essa fração de tempo. Passadas mais de quatro décadas, sensores usados atualmente nas piscinas permitem até calcular se um atleta pulou antes de escutar o disparo de partida, mesmo que ele caia na água depois do tiro. É um caso muito específico de queima de largada que só as máquinas detectam.



Essa sofisticada rede de programas, profissionais e equipamentos garante vitórias esportivas e evita derrotas longe das arenas. Nos últimos Jogos, em Londres, foram rechaçados mais de 250 milhões de tentativas de ataque de hackers ligadas ao evento. A preocupação com a sabotagem digital não é só do comitê. Para proteger sites públicos e privados, o Exército brasileiro vai mobilizar cerca de 200 especialistas enquanto as provas durarem. 

Trata-se do dobro do efetivo convocado para a mesma função na Copa do Mundo de 2014. Há outras estratégias mais singelas para assegurar que tudo dê certo no grande evento do ano que vem. São cuidados mínimos, como o estoque de peças de reserva, para substituir imediatamente as que apresentarem problemas, e a proibição do uso de equipamentos que não tenham sido testados antes de entrar em operação. A meta do diretor de tecnologia Elly Resende é manter-se discreto em 2016. “Tecnologia só é lembrada quando há problema. Nosso objetivo é o anonimato”, diz. A função de brilhar, todos sabem, caberá a máquinas de carne e osso como Usain Bolt, entre os aguardados 10 500 atletas de 206 países, protagonistas da festa.

Matéria publicada na Revista Veja Rio no dia 31/10/2015.

Tecnologia na Rio 2016: parte I

Nas mais acirradas disputas do esporte em tempos modernos, muitas vezes a imagem definitiva — aquela que consagra o campeão — é feia. Escura, desfocada, atende pelo nome de photo finish e, com precisão total, decretou, por exemplo, a última conquista de Usain Bolt. Em 23 de agosto, na final dos 100 metros rasos do Mundial de Atletismo realizado em Pequim, o sorridente corredor jamaicano cruzou a linha de chegada 1 centésimo de segundo antes do americano Justin Gatlin. Só uma câmera de última geração, capaz de registrar até 600 000 fotos por minuto, poderia flagrar a cena. Esse e outros equipamentos de ponta estão desembarcando no Rio antes dos atletas e, como os competidores, passam por severos preparativos para chegar tinindo ao início dos Jogos, no dia 5 de agosto de 2016. O photo finish, que garantiu mais um ouro para Bolt, fez sua grande estreia na primeira Olimpíada de Londres, em 1948, e, aperfeiçoado, hoje divide espaço com invenções mais recentes. Uma delas é a rede inteligente de vôlei, com sensores que entregam para o juiz quando algum jogador a toca. O dedo-duro eletrônico entrou em quadra nas partidas da Liga Mundial, em julho deste ano.


Cerca de 20% do orçamento olímpico, de 7,4 bilhões de reais, é destinado à tecnologia. Trata-se de uma dinheirama proporcional à trabalheira. Esse setor no comitê organizador é encarregado de providenciar de equipamentos de escritório a rede de internet para os jornalistas que vão cobrir as competições. São de responsabilidade da área 12 000 computadores e 15 000 celulares, entre outros itens contados aos milhares. Até maio do ano que vem, estão previstas 200 000 horas de testes, somados os tempos dedicados a 1 200 peças de TI (tecnologia da informação), para prevenir qualquer imprevisto. Programas e máquinas que serão usados durante os Jogos vêm sendo submetidos a intermináveis simulações, nas quais são reproduzidas situações que podem acontecer durante as disputas. “O equipamento avaliado aqui vai para os eventos-teste, para evitar incompatibilidade e outros problemas”, explica Elly Resende, diretor de tecnologia da Rio 2016. Quando as provas começarem, o executivo de jeito tranquilo vai comandar um exército de 6 000 profissionais.
Matéria publicada na Revista Veja Rio no dia 31/10/2015.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Photofinish na Olimpíada do Rio

Parceira do Comitê Olímpico Internacional desde os Jogos de Los Angeles, em 1932, a Omega promete novas inovações na tecnologia de cronometragem para a Olimpíada do Rio de Janeiro, em agosto. A ideia da empresa suíça é fazer com que a precisão seja capaz de definir um vencedor, mesmo em provas de velocidade como nos 100 m do atletismo.
“O novo photo-finish nos mostra exatamente o que aconteceu na linha de chegada. São 10.000 imagens digitais por segundo”, contabiliza Alain Zobrist, CEO da Omega Timing, mostrando figuras captadas pelo novo instrumento, que estreia no Rio de Janeiro.
“Se dois atletas terminarem a prova no mesmo centésimo de segundo, a câmera será capaz de detectar quem venceu. Empates não são mais possíveis no atletismo”, conta Alain Zobrist, CEO da Omega Timing.
Até os Jogos de Londres, em 2012, dois pares de fotocélulas, postados na linha de chegada, emitiam feixes de luz para determinar quem venceu a prova.
“Nas corridas de cadeirantes da Paralimpíada, por causa de sua especificidade, testamos a utilização de quatro feixes de luz. Neste ano, vamos usar esse equipamento também para o atletismo olímpico”, contou Zobrist.
A empresa montou sua parafernália na pista do estádio Nilton Santos, o Engenhão, que recebe o Campeonato ibero-Americano de atletismo de sábado a segunda-feira. A competição serve como evento-teste para os Jogos do Rio.
Na sala de cronometragem, uma equipe grande trabalha para testar os equipamentos. São 18 monitores, entre TVs, desktops e notebooks, que captam os resultados detectados pelas câmera e cronômetros espalhados pelo estádio e são capazes de dar, em tempo real, os resultados dos atletas, tanto em provas de pista como de saltos e arremessos.
Para a Olimpíada, esse número será um pouco maior. São 450 toneladas de equipamentos e 200 km de fios e cabos para dar conta da medição de todas as modalidades.
 *O repórter viajou a convite da Omega


Original: http://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/omega-estreia-equipamento-prova-de-empate-em-jogos-do-rio-2016_30397.html#ixzz4AB5CP7BO