quarta-feira, 27 de junho de 2018

A força Magnus do Phillipe Coutinho



O Brasil estreou na Copa da Rússia contra o time da Suíça.  Time este, que a princípio, não intimidava nosso brasão de cinco estrelas.  
Dia bonito, com sol e temperatura agradável, o time brasileiro fazia uma partida mediana, e com insistentes quedas exageradas do nosso principal jogador, Neymar.


Nosso time volta após o intervalo mais dinâmico,  atacando mais e fazendo a devida triangulação entre seus principais atacantes. Até que em uma linda jogada individual, Phillipe Coutinho chuta a bola com um efeito incrível, que a faz descrever no ar uma inesperada curva para esquerda até acertar o canto direito do goleiro adversário.  Goooollllll,  gooollll, golaço!

Coutinho, com sua técnica aprimorada, ao chutar a bola com o pé direito imprime uma giro no sentindo anti-horário. Com a bola em vôo as forças que passam a atuar sobre a ela são: Gravitacional,  Arrasto, e Magnus.   Estas duas últimas surgem devido a presença da atmosfera, que tem densidade e viscosidade específicas.  

A força de Arrasto tem o papel de frear a bola, e portanto, tem mesma direção, mas sentido oposto da velocidade de translação da bola.  Já a força Magnus surge como consequência da rotação da bola, e faz a bola ser desviada continuamente numa direção perpendicular tanto a direção de deslocamento da bola, quanto do vetor da velocidade angular (velocidade de giro).   E a força gravitacional puxa a bola para baixo o tempo todo.

Após o lançamento, a bola voa  girando em uma trajetória parabólica, não mais contida no plano geométrico perpendicular ao solo, mas agora, contida num plano que faz certa inclinação com o chão.  Dito de outra forma, a sombra da bola sobre o gramado, quando em movimento, passa a descrever uma curva para esquerda, e não mais em linha reta.

Assim, a rotação da bola em vôo provoca diferença de pressão do ar entre suas laterais, surgindo, então, uma força -Magnus- que a puxará continuamente para o lado de menor pressão.  No caso do gol do Coutinho, a bola foi continuamente puxada para o lado esquerdo, tanto no movimento ascendente, quanto no descendente, até encontrar o gol. Caso ele não tivesse posto este efeito, tivesse batido de "chapa" certamente a bola seguiria sua clássica trajetória parabólica em linha reta e provavelmente passaria por fora da trave do gol.

De modo geral, existe quatro maneira de dar efeito na bola num chute, girando-a de baixo para cima (a bola ficará menos tempo em vôo),  de cima para baixo (aumentará a  trajetória gerando um efeito de sustentação),  no sentido anti -horário (desviada para esquerda), sentido horário (a bola será desvia para direita).

Como no futebol, o Efeito Magnus se faz presente em outros esportes com bola, e quanto mais rugosa a superfície da bola for, mais proeminente este efeito será visualizado.  Mas, não pensem que é fácil fazer este tipo de jogada, somente os craques são capazes de ter tamanho domínio sobre o esporte e nos brindar com lances incríveis!