quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nem a TV previu tamanha velocidade do Bolt nos 300m

Simplesmente sensacional foi a corrida de 300m do Usain Bolt no IAAF World Challenge League Ostrava, na República Theca, nesta quinta-feira, dia 27 de maio de 2010. Na sua primeira disputa oficial deste percurso, Bolt completou a prova em 30.97s ficando a apenas 0.12s do recorde mundial, marca de Michael Johnson do ano de 2000. Mesmo com a pista molhada devido a forte chuva que caiu antes da sua prova, a distância entre ele e os outros corredores foi crescendo visivelmente ao longo do percurso. Ao final da prova parecia que ele corria sozinho, nem a câmera da TV conseguiu enquadrar todos os atletas na mesma cena. O segundo lugar, também jamaicano, Jermaine Gonzáles fez em 32.49s. Nesta prova Bolt obteve velocidade média (espaço percorrido dividido pelo tempo) de 9.69m/s enquanto que o segundo colocado teve 9.23m/s. Ou seja, no momento em que o campeão cruzava a linha de chegada o atleta seguinte encontrava-se a uma distância de 14.04m dali. Realmente, uma distancia bastante improvável de ocorrer num grupo de atletas tão seletos, e de difícil previsão para qualquer câmera man, de modo a se posicionar apropriadamente para uma melhor filmagem. Bolt nos surpreende a cada nova corrida!
Para assistir a esta corrida click no seguinte link:

terça-feira, 25 de maio de 2010

Do torque ao ippon

Hugo Pessanha, da categoria até 90 kg foi o único brasileiro a garantir a medalha de ouro para o Brasil no Grand Slam do Rio de Janeiro, neste domingo (23/05/2010), no Maracanãzinho, no RJ. Ele obteve vitória por ippon na final sobre o russo Kirill Denisov. Assim, o nosso país terminou o torneio na terceira posição geral, com um ouro, uma prata e quatro bronzes. O campeão da competição foi o Japão, seguido da Rússia. O ippon é um termo bastante usado no judô e significa uma pontuação atribuída nas competições quando um golpe resulta na queda do oponente, desde que este fique com as costas por completo no tatame. Um ippon pode ser resultado de um golpe que usa um movimento semelhante a uma alavanca. Podemos entender uma alavanca como sendo um corpo rígido que tem um ponto apoio entorno do qual irá ocorrer a rotação de partes deste corpo devido a aplicação de forças externas. Este ponto é chamado de eixo de rotação, por exemplo, uma gangorra de praça infantil é uma alavanca interfixa porque o eixo de rotação está localizado entre as duas forças pesos. Numa visão simplificada podemos descrever o mecanismo de alavanca no judô da seguinte forma: o atleta faz a pegada no kimono do adversário, o desequilibra e faz o encaixe “puxando-o” sobre o seu próprio corpo. Em seguida tenta aplicar uma força de ação para que esta provoque uma rotação do corpo do oponente entorno de um ponto de apoio do seu corpo. O oponente tentará uma força de resistência que se oporá a de ação. Normalmente, tanto a força de ação quanto a de resistência são aplicadas nas extremidades do corpo do oponente. Supondo que os atletas consigam produzir forças de mesma intensidade, e que a distribuição de massa ao longo do corpo do atleta que está em eminência de queda seja homogênea (lembre-se que estou fazendo um modelo simplificado!), então, só será possível completar a queda do oponente se a força de ação estiver a uma distancia maior do eixo de rotação do que a força de resistência. Isto se deve pelo efeito de produzir um torque maior, grande fisica associada a possibilidade de rotação. Nosso atleta finaliza a luta aplicando um golpe que desequilibra o russo e o lança com as costas no chão. Parabéns, Pessanha! Esperamos vê-lo nas Olimpíadas já que esta competição contou pontos para tal evento.
Para visualizar trechos desta luta click no seguinte link:

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Energia cinética maior: salto mais alto

Estreando uma técnica nova no salto com vara a brasileira Fabiana Murer levou a medalha de ouro no GP Brasil de Atletismo, disputado ontem, dia 22 de maio de 2010, no Engenhão no RJ. Com a marca de 4,75 m, inferior a que conquistou em março no Qatar (leia no blog do mês de março a matéria “O ouro da Fabiana Murer e o centro de massa”), Fabiana, ainda assim, conseguiu o novo recorde do torneio conquistando um total de quatro medalhas de ouros e três bronzes. "Gostei bastante dos primeiros saltos. No final perdi velocidade porque fiquei cansada. Estou saindo de treinamentos muito fortes, ainda não tive tempo de descansar pra iniciar uma competição 100%", explicou Murer, feliz com o resultado da nova técnica. A inovação está por conta de aumentar a distancia da corrida que precede o salto em dois metros, antes ela corria 32m agora passou a correr 34m. Com o aumento do percurso a velocidade final ao final da trajetória será maior, assim, a energia cinética final adquirida pela atleta também aumentará, quando então será utilizada para desenvolver o salto. Mas para que isso aconteça como descrito, a atleta terá que manter a aceleração constante ao longo da corrida, ou seja, terá que desenvolver um movimento uniformemente acelerado. Neste campeonato, segundo a declaração da própria atleta não foi possível, por cansaço a aceleração foi reduzida na fase final da corrida. Este é o risco que esta nova técnica tem!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Onda é função do espaço e do tempo também para os surfistas

Jadson André ficou em primeiro lugar na terceira etapa mundial de surf de 2010, nesta quinta-feira, dia 29/4/2010. Este portiguar, de apenas 19 anos, surpreendeu a todos com suas sequências de manobras fortes e aéreos. Surpreendeu inclusive o seu adversário da última bateria - Kelly Slater - eneacampeão (nove vezes) mundial de surf que fez o seguinte comentário: “Nessas condições, seria muito difícil ganhar dele (Jadson). Eu teria que pegar as ondas da série e achar o momento para soltar alguns aéreos. Ele estava praticamente imbatível aqui, derrubando a todos...”. O surf é um esporte belíssimo e ao mesmo tempo arrojado. Por um lado nos mostra a perfeita sintonia desses atletas com o oceano, quando deslizam em suas pranchas em ondas de águas azuis e cristalinas, desenhando caminhos de espuma por onde passam. Mas também, requer muita bravura e equilíbrio para encarar ondas grandes e raivosas. É como dizem os surfistas “Pode-se ir do paraíso ao inferno em menos de um segundo! ” Não conseguiríamos descrever este esporte cientificamente em poucas palavras, muitos fatores estão envolvidos, principalmente aqueles que dependem da natureza, como por exemplo, as condições morfológicas da praia e suas vizinhanças, como também as condições climáticas do local e do dia que influenciam na formação da onda. Normalmente. por observação do mar, o atleta experiente sabe escolher o tipo de prancha que irá usar para um determinado tipo formação de onda. Matematicamente, uma onda é função da posição e do tempo, as grandezas que a caracteriza são: amplitude, velocidade de fase, período temporal e comprimento de onda. Na onda do mar a amplitude é a altura da onda, a velocidade de fase é a velocidade com que esta avança na direção da praia, por exemplo; o período temporal é o tempo que leva para ocorrer duas ondas iguais e o comprimento de onda é o espaço entre o pico de uma onda e o pico da seguinte. Então, quando o super campeão relata em jargão “surfistês” que teria pegar uma série, ele na verdade escolheria uma onda para evoluir dentro de um pacote de ondas (agora em jargão “cientifiquês”). Ou seja, as ondas do mar são formadas em grupos cada onda de uma dada “série” tem aproximadamente a mesma velocidade de fase. Ondas ditas perfeitas, tem, entre outros elementos, comprimento de onda grande, periodos temporais longos. Assim, Jadson André, soube escolher bem as ondas e pode mostrar toda sua habilidade neste esporte. Este resultado fez o nosso atleta saltar da 13ª para a 4ª posição no ranke de classificação mundial.
Para visualizar esta final entre no link abaixo: