Do rádio a válvula ao relógio de
pulso que diz ao juiz se foi gol
POR CARLOS ALBERTO TEIXEIRA
RIO - Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, a tecnologia vem
evoluindo a um ritmo cada vez mais frenético. Os aficionados pelo esporte que
não puderam assistir às pelejas da primeira Copa nos estádios acompanharam as
partidas pelo rádio. Mas o rádio daqueles tempos era um verdadeiro móvel,
geralmente adornando a sala de estar dos mais abastados. Os modelos mais
avançados eram uma caixa com design apurado, com um dial e dois botões: volume
e sintonia. Todos os aparelhos eram equipados com válvulas eletrônicas que
exigiam, para começar a ouvir qualquer som, aguardar alguns segundos logo
depois de ligar o monstrengo, para esquentar as válvulas.
Com a invenção do transistor em 1947, os circuitos eletrônicos ficaram
bem menores, mas só em 1954 foi criado o primeiro rádio transistorizado, o
Regency TR-1. Seis anos depois, em 1960, a Sony lançou seu radinho de pilha de
bolso, aparelho que se tornou universal. As baterias eram pequenas, e o
aparelho era bem durável, graças à “avançada” eletrônica japonesa.
A primeira transmissão comercial de TV foi feita pela americana CBS, em
1931, mas a Copa só teve cobertura pela televisão em 1954, em preto e branco, e
ainda para poucos países. Na seguinte, em 1958, deu-se a primeira transmissão
televisiva em escala considerada mundial. E em 1966, foram introduzidos
equipamentos para replay, e o videotape estreava.
Em 1953, começaram oficialmente as transmissões de TV a cores, pela NBC,
mas só 17 anos depois, em 1970 no México, aconteceu a primeira transmissão
colorida da competição, que também marcou o primeiro uso de replays em câmera
lenta e a primeira transmissão realmente mundial do evento via satélite.
“Com a chegada da cor, a natureza dos esportes como entretenimento mudou para sempre. A imagem tinha mais informação, liberando os comentaristas e narradores de serem tão radialistas, podendo focar em outros aspectos, tais como o desempenho de jogadores”, disse Iain Logie Baird, curador de TV no Museu Nacional de Mídia, no Reino Unido.
A primeira transmissão de TV via satélite foi feita da Europa para os
EUA em 1962, por meio do satélite Telstar. E, a Copa de 2010, na África do Sul,
marcou a História por ter sido a primeira a ser transmitida pela TV em Full HD
e também, em baixa resolução, via dispositivos móveis, como smartphones e os
primeiros tablets, já que o iPad fora lançado em abril.
Infelizmente, a promessa da nova tecnologia 4K TV para a Copa não se
concretizou. A “TV Globo” transmitirá os jogos em 4K em telões urbanos no Rio.
Mas não haverá qualquer transmissão ou streaming doméstico dessas partidas em
4K TV.
Dentro de campo, a tecnologia marca importante presença nesta edição da
Copa. Será a estreia da GLT (Goal-Line Technology), anos depois de já ter sido
introduzida em esportes como tênis e depois de uma experiência de sucesso na
Copa das Confederações. Com a GLT, o juiz usa um relógio de pulso que informa
inequivocamente se foi ou não gol, graças a 14 câmeras que enviam imagens
digitalizadas para uma sala de controle localizada no topo do estádio.
Segundo Tony Shelton, da compilação “Science and Soccer”, avanços
tecnológicos foram essenciais em venda de ingressos, organização de logística e
de pessoal, gerenciamento de transportes e acomodações, credenciamento e
controle de acesso aos estádios.
Em tempo, graças à tecnologia atual, você pode ver de graça no seu
computador os principais momentos de todas as finais da Copa, desde a vitória
do Uruguai, em 1930, até a vitória da Espanha, em 2010. Basta acessar <http://youtu.be/wdd-PEE5UNE>.
Read more: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/a-tecnologia-na-copa-do-mundo-12766258#ixzz35EcctXwC
matéria do jornal Globo online, dia 8/6/2014.
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