segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Pheps e o empate triplo na Rio 2016


    
A despedida do maior nadador de todos os tempos não poderoa ser tão incomum , assim como foi sua história neste esporte. Detentor de nada menos que 28 medalhas olímpicas sendo 23 de ouro, o americano Pheps na Olimpíada do Rio após vencer cinco provas em diferentes estilos foi para final dos 100m borboleta, numa prova onde reuniu consagrados nadadores e o iniciante Schooling.

Ninguém esperava o que se sucedeu; com tempo de reação de apenas 61 centésimo de segundo, o asiático saiu na frente, deixando Phelps, o húngaro Cseh, e sul-africano Chad le Clos em seu encalço. Schooling garantiu a medalha de ouro com 50s39, enquanto os três veteranos, num triplo empate inédito, chegaram em segundo lugar com 51s14. Situação totalmente improvável, até mesmo para a empresa Omega responsável por toda parte de cronometragem das provas de todas as modalidades da olimpíada.

Equipado com sensores e serenes individuais, o novo bloco de largada da natação foi utilizado desde 2012 por esta empresa na Olimpíada de Londres. Outro quesito simples, mas que faz diferença é o apoio elevado para o pé de trás empurrar o bloco, resultando na impulsão do corpo do atleta para frente com maior velocidade de modo a diminuir até 0,2s o tempo de largada. Neste movimento esta presente a terceira lei de Newton, de ação e reação, o pé empurra o bloco que o empurra para frente. A Omega também desenvolveu as almofadas sensíveis a pressão que são colocadas nas paredes da piscina para os nadadores tocarem registrando seus tempos de chegada. Se o toque não for percebido pelo sistema, quatro câmeras de alta velocidade, que registram o momento da batida em até 100 frames por segundo, podem desvendar qual competidor chegou na frente.

Mas nem toda tecnologia foi capaz de desvendar qual dos três chegou em segundo lugar, o que abrilhantou mais ainda o espetáculo ao vê-los subir o degrau do pódio de mãos dadas em confraternização ao astro rei Pheps.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Transformação de energia no salto com vara: ouro olímpico

A Rio 2016 deixou histórias incríveis, inesperadas e surpreendentes.

A final do Salto com Vara, modalidade do atletismo, foi dígina de triller de cinema. Tiago Braz é o nome dele, brasileiro, um jovem de apenas 22 anos e na sua primeira Olimpíada, levou para casa a medalha de ouro, juntamente com o recorde olímpico nesta modalidade, após intensa disputa com o consagrado atleta francês Lavillenie, o qual havia sido sua fonte de inspiração.

Numa noite de muita chuva, resultando na diminuição do coeficiente de atrito da pista/calçado, com algumas interrupções das provas de atletismo que ali aconteciam, não impossibilitou o belo confronto que seguiu entre eles dois: Lavillenie liderava com a marca de 5,98m, enquanto Tiago havia superado os 5,93m, estabelecendo o recorde Sul americano e garantindo a medalha de prata, não satisfeito, pediu para levantar a haste para 6,03m. O francês foi obrigado a tentar superar esta altura e falhou duas vezes, Tiago também não conseguiu na primeira tentativa, foi quando o seu técnico o chamou e recomendou trocar a vara, quando em seguida ele fez um salto perfeito, espetacular, levando a plateia ao delírio.



Numa rápida análise física podemos descrever o salto com vara em termos de transformação de energia. Ao correr o atleta adquire energia cinética, ao encaçapar a vara no buraco, esta energia vai ser transformada em energia potencial elástica na medida que a vara é deformada, por algumas frações de segundos o atleta continua correndo e empurrando a vara formando um arco com ela.
Quando então, a força elástica da vara lança o atleta a altura máxima, de preferencia acima da haste, neste momento, a energia elástica é transformada em potencial gravitacional, e na medida que o atleta despenca em queda livre, esta é outra vez convertida em energia cinética, até o atleta encontrar o colchão quando, então, a energia é totalmente dissipada.

A escolha da vara certa é de fundamental importância para o sucesso do salto, a flexibilidade da vara e seu tamanho devem ser bem dimensionados em relação a força e altura do atleta, estas grandezas físicas ajudam no desempenho do atleta durante a execução do salto.

O mais surpreendente foi que Tiago nunca tinha alcançado esta marca antes, e nunca na história das Olimpíadas havia-se superado os 6m de altura! Segundo Lavillenie, a culpa foi dos torcedores brasileiros que o vaiaram e atrapalhou sua concentração!! Atitude de quem não tem o verdadeiro espírito olímpico.