É interessante observar como as inovações tecnológicas podem colaborar na melhoria dos esportes. Desde o desenvolvimento de novos materiais a serem utilizados nos equipamentos de cada modalidade, exemplo, nas varas dos saltos em distancia, nos diversos tipos de bolas, nos arcos, massas e fitas da ginástica rítmica, entre tantos. Como também, uma permanente evolução das vestimentas e calçados dos atletas, dos pisos das quadras, da engenharia das piscinas, etc, sempre objetivando maior conforto e rendimento dos atletas e assim qualificando o espetáculo esportivo. Entretanto, o Futebol é conhecido como um esporte conservador no que se refere ao uso de suporte tecnológico na perspectiva de ajudar a definir alguns lances durante o jogo. Muitos argumentam que os debates após uma partida de determinados lances polêmicos é o que torna este esporte interessante. Este é um ponto de vista, mas também há de se entender que muitas brigas dentro e fora do campo podem ser evitadas com a utilização de equipamentos eletrônicos. Nesta Copa da África me chamou a atenção a troca de uma bandeira, aparentemente boa, no meio da partida de Holanda e Eslováquia nas oitavas de final. Imediatamente fui pesquisar e descobri que ali se tratava de uma bandeira eletrônica que facilita a comunicação entre os assistentes e o árbitro principal. Este equipamento funciona da seguinte forma: ao visualizar uma infração, o assistente levanta a bandeira e aperta um botão que fica no cabo, então, é enviado um sinal de onda eletromagnética, na faixa de rádio de alta freqüência, para o receptor que fica fixado através de uma braçadeira junto ao corpo do juiz que rapidamente sente a vibração, apita e paralisa a partida. Cada bandeira tem o sinal de rádio codificado garantindo assim que nenhum outro sinal acionará o receptor que o árbitro daquela partida carrega.
Chamamos de espectro eletromagnético ao conjunto de ondas eletromagnéticas que são originadas por campos elétricos e magnéticos. O espectro eletromagnético compreende uma série de faixa de ondas que diferem entre si pela forma que são geradas e pela faixa de freqüência que ocorrem. Dentro deste espectro esta a faixa do visível, é o que chamamos popularmente de luz e que somos capazes de enxergar. E entre outras, as ondas de rádio, que possuem uma faixa de freqüências bem inferior a do visível e são utilizadas nas transmissões televisivas e sonoras de AM e FM. A faixa de onda de rádio é invisível para os nossos olhos e é por isso que não vemos o envio do sinal do bandeirinha ao juiz!
A utilização deste equipamento qualifica em muito o bom espetáculo, mas não impede do erro humano, como foi o caso da lamentável arbitragem quando validou o gol da Argentina totalmente impedido sobre o México nas oitavas de finais deste campeonato.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
A Jabulani e suas Propriedades Físicas
Nem bem começou a Copa do Mundo da África do Sul e uma figura já se tornou bastante conhecida e criticada - a Jabulani - nome dado a bola da Adidas escolhida pela FIFA para ser a oficial deste evento. Vários jogadores, dispararam contra ela: Luís Fabiano disse que a Jabulani era 'sobrenatural', chuta de um jeito e ela toma o caminho que quer. O goleiro Julio Cesar disse que ela é possuidora de estranhas trajetórias. As bolas de futebol adotadas nos mundiais sofreram enorme evolução desde a primeira Copa do Mundo em 1930. Pesquisas são permanentemente realizadas e novas tecnologias são introduzidas na fabricação deste objeto de desejo. Sempre na perspectiva de melhorar seu desempenho durante um jogo de futebol.
Só para se ter uma idéia, a primeira bola de futebol a ser utilizada na Copa de 30 era de couro e com costura apenas numa lateral. A costura tirava a esfericidade da bola e o couro absorvia muita água, modificando o peso da pelota e dificultando elasticidade da mesma. Com o desenvolvimento dos materiais sintéticos que absorvem pouco, o couro foi deixado de lado e as costuras foram substituídas por ligações térmicas. Outras tantas alterações foram sendo introduzidas ao longo dos anos, principalmente, pelo fato do futebol ter se tornado um esporte admirado por tantas nações. Segundo o site oficial da FIFA, para uma bola ganhar seu certificado são feitos em laboratório vários testes de qualidade, onde aferem-se grandezas e propriedades físicas fundamentais que caracterizam uma bola de futebol perfeita:
1) Tamanho - Todas as bolas de futebol têm que ter o mesmo tamanho.
2) Esfericidade - A medida do raio da bola é analisada em 16 diferentes ângulos em relação ao centro, garantindo, assim sua “redondeza”.
3) Elasticidade - O teste consiste em deixar cair a bola sob uma dada direção a dois metros de altura contra uma placa. A bola deve voltar na mesma direção a altura entre 135 cm a 155 cm quando jogada ao ar livre.
4) Peso - O peso da bola é padronizado, entre 420 a 445gr (tamanho 4). No laboratório, as bolas são pesadas três vezes num local lacrado para garantir que a medição não seja influenciada por fatores externos.
5) Impermeabilidade - O material que a bola é fabricada deve ter baixa absorção da água. A bola é mergulhada 250 vezes num tanque com água e depois pesada. Seu peso não pode variar mais de 10%.
6) Pressão - Não pode haver perda de pressão da bola durante a partida, no laboratório após 72h é verificado se a bola permanece com o mesmo 0,8 bar (bar é a unidade de pressão).
7) Balanceamento - Está relacionado com a posição do centro de massa da bola, este deve estar localizado exatamente no centro da bola, ou seja, a massa da bola deve estar uniformemente distribuída.
Certamente, a bola da Copa 2010 passou por todos estes critérios para sua aprovação. A Adidas apresenta um vídeo no seu site com todas as etapas do processo de fabricação desta bola. Realmente, incrível!
Mas o que faz então a Jabulani ser tão estranha? A minha hipótese é que houve um grande aprimoramento na fabricação e será uma questão de tempo os jogadores se adaptarem a este novo modelo.
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