sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Explicações físicas para a quebra de recordes na prova de 100m

Trabalho busca explicações físicas para a quebra de recordes na prova de 100m rasos do atletismo. Aluno do Instituto de Física discute dois modelos para explicar os recordes quebrados pelo velocista jamaicano Usain Bolt

Nos últimos anos, temos assistido a várias quebras de recordes mundiais na prova dos 100 metros rasos do atletismo. A partir do Mundial de Osaka, no Japão, em 2007, o velocista jamaicano Usain Bolt se tornou um fenômeno no esporte mundial ao superar a marca em diversas oportunidades, sempre na casa dos nove segundos, de acordo com o site da Associação Internacional das Federações de Atletismo (http://www.iaaf.org/, acesso em 29/09/2010).

Osmar Preussler Neto, do Instituto de Física da Uerj, sob orientação da professora Rosana Santiago, afirma que estão procura de explicações para os resultados do atleta em seu trabalho denominado. Discussão de modelos físicos para a prova de 100m do atletismo, por sua vez apresentado na 21º. edição do Uerj Sem Muros.

Segundo Osmar, o objetivo do trabalho é descrever, aplicar e discutir os modelos propostos por Keller e Tibishirani para o comportamento da velocidade do atleta, comparando-os para as provas em que Bolt quebrou o recorde mundial.

O autor afirma que na pesquisa faz uma análise de modelos físicos baseados na 2ª. Lei de Newton, buscando o comportamento da velocidade no tempo durante a prova dos 100 metros. O modelo de Keller faz algumas considerações, enquanto o modelo de Tibishirani, na década de 90, propõe alterações para chegar próximo da realidade.

Ele faz a comparação entre os dois modelos, e explica que Keller propõe um modelo físico para descrever a melhor estratégia que um corredor poderia adotar na prova visando minimizar o tempo da competição de uma determinada distancia D, levando em consideração as limitações físicas. Já Tibishirani observou que a queda de velocidade do atleta nos trechos finais da prova, propondo um decaimento temporal na forçaa propulsiva por unidade de massa. Este último é o mais aceito atualmente entre as Ciências do Esporte.

Osmar declara que a diferença básica entre os dois modelos é a seguinte: Keller não prevê uma queda de velocidade do atleta no final da prova, ou seja, nos trechos finais. Então, a consideração feita por Tibishirani, que é a força propulsiva pela massa, é um decaimento temporal. O atleta obteve uma queda de velocidade nos trechos finais da prova e isso realmente é observado na prática. Há um estudo feito em 2007, durante o Campeonato Mundial de Atletismo, no qual é feita análise e foi comprovada que a queda de rendimento, assim como no geral, gira em torno de 2 a 13%, dependendo do atleta, ainda mais no Mundial Feminino.
(Esta matéria foi publicada no site http://www.agenc.com.br/, na cobertura do evento da XXI UERJ sem Muros, por Maycon Santos)

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