quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Tênis de mesa e o coeficiente de restituição


  1. Nesse Pan-americano  2015,  vimos o Brasil dominar o tênis de mesa masculino conquistando ouro no jogo de  duplas, e nas disputas individuais ocupou o pódio nas três posições. Entretanto, o brilho maior ficou para Hugo Calderano, que quebrou o domínio dos chineses naturalizados que defendiam outras seleções, sendo o primeiro não chinês a ser campeão nesta modalidade em 20 anos de Pan.
  2. A final entre Hugo Calderano e Gustavo Tsuboi foi bem acirrada no começo, até o ultimo set quando o brasileiro dominou seu compatriota por 11 a 2.  O campeão na maior parte do tempo adotou um estilo ofensivo, proporcionando “rachas” onde Gustavo se limitava a se defender. Para quem assistia ao jogo se perguntava: Como é possível o jogador defender cortadas incrivelmente rápidas sem lançar a bola para fora da mesa?
  3. Em trabalho publicado por um pesquisador australiano, ele mostrou que o coeficiente de restituição, que é a razão entre a velocidade de aproximação e a velocidade de retorno da bola de tênis de mesa, é menor do que 1 (um); o que significa dizer que a velocidade de retorno é sempre menor do que a de aproximação.  
  4. Outro aspecto que faz com que a velocidade de retorno da bola durante uma partida de tênis seja menor, é o fato da raquete oficial ser coberta em um dos lados por borracha, amortecendo assim, o impacto durante o choque.   Assim a bolinha nunca retornará com a mesma velocidade que se choca na raquete, isto só seria possível se o receptor desse um impulso na bola durante o impacto, compensando as perdas energéticas.
  5. Foi por isso que nosso campeão tomou logo a dianteira do jogo e atacou para não ser atacado!
  1. Matéria escrita por Antonio Henrique, aluno do Instituto de Física da UERJ.