quinta-feira, 12 de julho de 2018

A física do gol de Pavard



Considerado como um dos gols mais bonitos da Copa do Mundo de futebol na Rússia, o lateral Pavard, jogador da França, deixou sua marca contra Argentina nas quartas de final.  A beleza da jogada não se restringe unicamente pela curva imposta a bola na sua trajetória até alcançar o ângulo superior direito do gol adversário. 

Tudo começa com um lindo movimento corporal lateral no momento que ele chuta a bola com o pé direito, estando fora da grande área. Ele atinge a bola, ainda no ar, com a parte externa do pé,  dando um forte "raspão" bem no meio da bola.  Isso possibilitou que a bola ganhasse um grande giro em sentido horário, ou melhor, uma grande velocidade angular, ao mesmo tempo que inicia-se o deslocamento translacional da bola .

Inicialmente, a bola em vôo, segue uma trajetória linear em direção frontal, mas, na altura da metade da grande área inicia uma curva para direita surpreendendo a todos, que somente foi interrompida pela rede adversária.     

Nesta jogada, quando a bola perde o contato com o pé do jogador, a inclinação do eixo de rotação (w) da bola com relação a direção da velocidade (v) de translação, formam um pequeno ângulo entre os vetores associados a estas grandezas.  Estavam quase paralelos no começo da trajetória, de modo a não produzirem inicialmente força Magnus relevante. 

Entretanto, a medida que a trajetória parabólica da bola ganhou altura, esta força foi crescendo de intensidade e puxando a bola continuamente para a direita, e se tornando visível para os espectadores do jogo, e assim, produzindo uma curva  inesperada, principalmente nos instantes finais da trajetória.

A direção de rotação da bola (w) não muda ao longo de toda trajetória, isto se deve a uma lei da Física chamada de Conservação do Momento Angular, mas a direção da velocidade (v) de translação muda de instante a instante, produzindo, então, diferentes valores da força Magnus ao longo do "passeio" da bola.  Quando estes dois vetores são perpendiculares entre si, a Força Magnus é a maior possível, e quando estão paralelos seu valor é nulo.

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