terça-feira, 18 de setembro de 2018

Corrida: bloco de partida





Ainda falando de corrida de curta distancia, muitos avanços foram implementados, mesmo que empiricamente, segundo fundamentos da física newtoniana. Um bom exemplo é o caso da evolução do bloco de partida. 

Nos tempos remotos das olimpíadas da Grécia Antiga, os corredores da prova Stadium, como era chamada a prova de curta distancia, davam a largada em pé e não abaixados como hoje em dia.

A primeira vez que se tem registro de uma saída baixa foi em 1888, num campeonato regional, nos EUA. Aqui podemos fazer um parenteses para chamar a atenção para vantagem que a saída baixa tem sobre a alta. Nos poucos instantes iniciais, o atleta abaixado sofre menos força de arrasto, já que a área frontal do seu corpo está menor, encolhida. A força de arrasto é proveniente da resistencia do ar e se opõe ao deslocamento do corpo no meio, quanto maior a aŕea frontal do corpo maior ela será. 

Na primeira Olimpíada da Era Moderna, os corredores americanos utilizaram esta técnica e sairão abaixados na prova de 100m, e pela primeira vez, levaram a medalha de ouro com Thomas Burke.
A partir daí, todos os atletas, até mesmo de outros países, passaram a adotar a saída baixa, e começaram a fazer buracos na pista para apoiar as pontas dos pés.

Neste ponto que eu quero destacar a clara utilização da segunda lei de Newton, lei da ação e reação, pelos corredores: o pé empurra a parede do buraco para trás e a parede reage empurrando ele pra frente, e assim o corpo do atleta como um todo sai mais rapidamente do estado de inércia. 

Aqui, também está presente a primeira lei de Newton que constata que um corpo só sairá do seu estado de inercia se uma força atuar sobre ele. E neste caso foi a força de reaçao que a parede fez.

Como cada corredor tem sua perna de apoio e tamanho de passada diferente, as pistas começaram ficar muito danificadas, cheia de buracos, e logo apareceu um engrenagem feita de madeira para substitui-los, conhecida hoje como o bloco de partida.

Desde então, os blocos de partida passaram por várias modificações até chegar ao modelo atual, feito de aço leve, ajustável para cada atleta e munidos de sensores eletrônicos que são capazes de identificar se o atleta queimou a largada ou não.





Corridas: corredores nus





Hoje vou falar sobre alguns aspectos físicos que estão presentes nas provas de corrida.

Como todo mundo sabe, o objetivo de qualquer atleta de corrida é chegar primeiro que os demais competidores.

Este esporte é um dos mais antigos, é disputado desde a primeira olimpíada da Grécia Antiga, data mais ou menos 700 anos ac. Claro que, de lá pra cá muito coisa mudou e novas categorias e regras foram criadas para estas provas.

A corrida é uma das modalidades do atletismo, atualmente elas são dividades em corridas de curta e de longa distancia. As provas de curta distancia são chamadas de provas de velocidade, esse nome sugestivo vem do fato que nestas provas os atletas conseguem atingir velocidades bem altas em pouquíssimos segundos.

E é um episódio dessa história que eu quero contar, muito interessante e até bem divertido; e recheado de conceitos físicos.

No tempo da Grécia Antiga, os atletas que corriam a prova de velocidade, algo entorno de 200m de distancia, não usavam sapatos nem roupas para correr. Acreditem, eles corriam nus! Mas, tudo por conta de aumentar a velocidade.

Embora pareça estranho, correr nu, fazia todo sentido naquela época.
Eles perceberam que o peso adicional da roupa iria requerer mais vigor muscular e prejudicaria o desempenho. E não só isso, como também, perceberam que a roupa aumentava a força de arrasto.

A força de arrasto surge devido a presença da resistencia do ar, e sempre vai se opor ao deslocamento de qualquer corpo neste meio. Matematicamente a gente escreve a força de arrasto diretamente proporcional a densidade do meio, a área frontal do corpo, entre outros grandezas. Portanto, quanto maior a área frontral do corpo do atleta maior a dificuldade de correr neste meio.

Naquela época não haviam estas vestimentas esportivas como as atuais, feitas de tecidos de lycra ou dry fit que são leves, flexíveis e ficam justas a pele. Portanto, a única alternativa daqueles atletas era mesmo correr sem roupa e assim aumentar sua velocidade.

Parecer um certo exagero dos atletas, mas as provas de velocidades são disputadas em poucos segundos, e qualquer pequena diferença no tempo é suficiente para vencer prova.