terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Artigo publicado no boletim da Sociedade Brasileira de Física

Projeto do MNPEF desenvolve atividades com o corpo em sala de aula para ensinar física

Figura retirada do artigo citado abaixo – Método da Pendura aplicado em sala de aula

O uso do próprio corpo dos alunos como uma ferramenta para aprender um conceito de física é um experimento sem custo e que não depende de laboratório, trazendo conhecimento de maneira lúdica. Foi assim que a professora de física Tatiana Arenas ensinou o conceito de centro de gravidade para alunos de escolas públicas em Niterói no Rio de Janeiro. As atividades foram desenvolvidas em sua dissertação de mestrado orientada pela Professora Rosana Bulos Santiago, que atua no Polo 30 do Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física (MNPEF), localizado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A experiência uniu diferentes áreas do saberes e trouxe reflexão para os estudantes.
Conforme Rosana explica, a ideia surgiu com familiaridade pelo esporte entre ela e Tatiana. Além da dissertação, o projeto resultou em um artigo publicado em 2018 no Caderno Brasileiro de Ensino de Física. Duas escolas tiveram turmas que passaram por esse experimento, entretanto somente uma delas foi selecionada para a análise de dados. Fatores ligados à frequência dos alunos foram fundamentais para essa decisão. Um dos colégios está localizado em uma área de constante violência, o que  afeta a assiduidade nas aulas.
Para levar o conteúdo de centro de gravidade aos estudantes, foram propostos diferentes experimentos em sala de aula, utilizando basicamente o corpo dos alunos em movimentos que desafiavam o equilíbrio, no intuito de dar a sensação necessária para o entendimento do conceito. O objetivo da atividade era levar os alunos a experimentarem o centro de gravidade corporal, sem a necessidade de recorrerem ao formalismo matemático. Dentre os benefícios de realizar uma aula em que os alunos se envolvem bastante estão o surgimento natural do interesse pelo assunto e o desenvolvimento de uma noção intuitiva para a realização dos cálculos, sem que essa seja a primeira etapa do aprendizado.
Outra estratégia usada em sala de aula foi o “método da pendura” (figura acima). Quando um corpo é suspenso por uma extremidade, sua posição de equilíbrio é tal que o centro de gravidade fica em uma linha imaginária que liga o ponto de suspensão ao chão. Em sala de aula, o professor pode improvisar esse método utilizando diferentes figuras geométricas. Nas atividades realizadas por Tatiana em sala de aula, um boneco preso a uma garrafa PET ilustrou esse método, simulando o que aconteceria com uma pessoa.
O  experimento prossegue em etapas com questionários que ilustram as figuras humanas em diferentes posições. Em cada etapa os alunos tiveram que identificar os movimentos e responder se conseguiriam ficar em equilíbrio. Esses dados foram coletados e apresentados por meio de gráficos pelas pesquisadoras. Rosana complementa que experimentos devem ser valorizados pelas escolas, de forma que deem aos estudantes a sensação de apropriação do espaço e construam um olhar de que a instituição escolar deve ser zelada e protegida.
O gosto pelo esporte fez a professora Rosana desenvolver diferentes pesquisas em  Física do Esporte. “Quando a gente conversa com os atletas, com pessoas que têm mais interação com o esporte, eles conseguem responder a uma série de perguntas que também são feitas  na nossa ciência física”, explicou.
O uso da força física para explicar conceitos científicos dá um caráter interdisciplinar e empírico ao ensino. Pensando dessa forma, o saber na sala de aula ganha mais uma ferramenta que atrai estudantes. “Fui pesquisar sobre a pista half-pipe de skate e descobri que a half-pipe tem uma curva matemática muito conhecida e que possui propriedades surpreendentes, a cicloide”, contou Rosana, que  tem outros trabalhos nessa linha orientando alunos do MNPEF, como por exemplo a análise de um golpe de caratê que resultou em uma publicação na revista Física na Escola, da SBF.
A pesquisadora considera o curso do MNPEF uma “iniciativa espetacular que possibilita uma formação continuada dos licenciados em física”. Para Rosana, a experiência adquirida no mestrado profissional entrega saberes e permite reflexão sobre o que é ser professor.
Por Joice Santos
Bolsista Mídia Ciência – FAPESP
Processo 2019/02744-3
Artigo“Proposta para o ensino-aprendizagem do centro de gravidade a partir do equilíbrio do corpo humano”
Rosana Bulos Santiago e Tatiana Arenas
Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 35, n. 3, p. 956-979, dez. 2018
Dissertação de mestrado
“Metodologia para o ensino-aprendizagem do Centro de Gravidade a partir do equilíbrio do corpo humano”
Autora: Tatiana Arenas Mora
Orientadora: Professora Drª Rosana Bulos Santiago
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da UNIRIO no Curso de Mestrado Nacional Profissional de Ensino de Física (MNPEF)

domingo, 25 de agosto de 2019

O ouro de Isaquias no Mundial da Hungria




Neste domingo, o baiano, Isaquias Queiroz conquistou o título no Mundial de canoagem velocidade no C1 1000m, prova individual. Foi a segunda medalha dele em Szeged, Hungria: antes, já havia sido bronze nas duplas. O brasileiro foi o único a terminar abaixo dos quatro minutos: 3min59s23. Ao término da prova ele declarou:

- Vim sem estar totalmente preparado, com uma gripe, mas é trabalho. Eu botei o tronco embaixo e fui remando.

Inteligentemente, ao abaixar o tronco, ele reduziu o efeito da força de arrasto, facilitando o seu deslocamento.  Esta força surge devido a presença da resistência do ar sobre o corpo em movimento, que se opõe ao deslocamento do corpo. Assim, quanto menor for a área frontal a direçao de movimento, menor será a força de arrasto.

Com este resultado Isaquias conseguiu se classificar para a próxima Olimpíada em Tóquio.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Como a onda perfeita se forma

Vale pena ver este vídeo sobre como são geradas ondas no mar.

O protagonista é surfista e professor de Física. Ele  explica de maneira bem simples e com lindas imagens, o que são ondas e como são geradas no mar.


terça-feira, 16 de julho de 2019

A velocidade média do saque do voleibol


O vôlei foi criado em 1895, pelo americano William G. Morgan, então diretor de educação física da Associação Cristã de Moços (ACM) na cidade de Holyoke, em Massachusetts, nos Estados Unidos. No Brasil, o voleibol profissional masculino nas quadras teve início no ano de 1954 e ao longo de meio século teve inúmeras conquistas sendo três títulos olímpicos, em 1992, 2004 e 2016 nos Jogos de Barcelona, Atenas e Rio de Janeiro, respectivamente; tricampeão mundial com três medalhas de ouro conquistadas nos Campeonatos Mundiais na Argentina (2002), no Japão (2006) e na Itália (2010) e bicampeão na Copa do Mundo, onde possui cinco medalhas, sendo duas de ouro (2003 e 2007) ambos no Japão.


Hoje o esporte tem um caráter científico na qual pesquisadores e estudiosos contam com ajuda da tecnologia para melhorar o desempenho dos profissionais dentro de quadra. Em 2013, a equipe técnica de Renan dal Zotto, utilizou radares para medir a velocidade dos saques dos atletas com a finalidade de evoluir os jogadores nesse fundamento e alcançar o ponto máximo dos jogadores.No vôlei masculino, o saque é muito importante, pois dificulta o passe do adversário, facilitando o trabalho do bloqueio.

O uso do equipamento permitiu medir, que alguns jogadores sacam em média 110 km/h (aproximadamente 30 m/s) como é o caso de Isaac, Rodriguinho e Wallace. Nas Olímpiadas do Rio, em 2016, o país se consagrou como tricampeão e um dos jogadores que teve grande destaque e que mais salta na seleção é Wallace Souza, que tem 1,98m de altura e consegue se projetar a uma altura de 3,65 no ataque, segundo dados do site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).

Conforme imagem acima, vemos o jogador Wallace se projetar no ataque contra a Itália. Nesse lance ele sobe aproximadamente a um metro do solo e alcança a bola a quase três metros de altura. Nesse momento podem ocorrer duas situações:

·         1ª situação: o time adversário bloqueia o lance que pela física equivale ao Princípio da Ação e Reação em que a bola bate no bloqueio e retorna a quadra com mesma velocidade (aproximadamente 30 m/s), mesma direção e sentido oposto, que seria ponto contra o Brasil.
·         2ª situação: ocorrência real, o time da Itália não conseguiu bloquear a bola do jogador e essa fez um percurso da diagonal descendente em linha reta (movimento horizontal), o que seria descrito por uma parábola, mas devido a alta velocidade e o curto espaço percorrido pela bola, a curva se tornou praticamente uma reta, facilitando os cálculos, e caindo na zona de defesa do adversário a aproximadamente dois metros em relação a linha do meio da quadra, marcando o 24º ponto do último set do jogo a favor do Brasil.

Logo em seguida, a seleção conquistou sua terceira medalha de ouro em Olimpíadas, ficando em primeiro lugar no ranking mundial olímpico, seguido pela Rússia e Estados Unidos.

Referências
·    2017.cbv.com.br/14-17/midia/ultimas-noticias/item/53-historia-do-volei-brasleiro.html consultado em 10/07/2019.
·         https://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/03/27/novo-astro-do-volei-alcanca-mais-de-80cm-acima-do-aro-de-basquete/

   Matéria escrita pela professora de Física Carolina Apoliano.



quinta-feira, 11 de julho de 2019

Instituto de Física da Uerj une ciências e esportes