No dia 6 de agosto de 2021, o canoísta Isaquias ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas de Tókio. Numa prova individual, ele remou, em pouco mais de quatro minutos e cinco centésimos de segundo (4:05:408), os 1000m, deixando em segundo e terceiro lugar a China e a Moldávia. Isaquias fez uma prova brilhante, nem a chuva, nem o vento que hora apareciam e hora sumiam o intimidaram. Ele volta pra casa com mais duas medalhas no pescoço, ouro e prata, pra se juntarem as outras conquistadas na Rio-2016.
Na verdade, este é um erro comum que acontece, é a chamada concepção espontânea sobre um determinado fenômeno físico. É o que o indivíduo explica para o que está vendo porém, não está de acordo com o conceito físico ou científico. No caso particular desta modalidade esportiva, dentro da canoa o atleta fica com uma das pernas ajoelhada e a outra fica dobrada a frente com o pé apoiado no casco. O corpo fica ereto com remo em punho em um dos lados da canoa. No caso do Isaquias, ele rema do lado direito, portanto, o joelho direito fica ajoelhado e perna esquerda dobrada a noventa graus.
Assim, durante cada remada, a
perna esquerda faz um movimento que parece "afundar" dentro da canoa.
Na verdade, o corpo inclina-se para frente, fazendo com que o ângulo entre perna e a coxa esquerda
diminua o ângulo no início da remada. Mas,
este movimento não produz efeito sobre o deslocamento direto do barco,
simplesmente porque "forças internas
não produzem movimento", isto é consequência da segunda lei da Mecânica
clássica enunciada por Isaac Newton. A
força imposta pela perna é somente dentro do barco, logo não altera o movimento.
É fácil entender, basta fazer a seguinte experiência, vamos supor que a prova fosse sem remo, somente através do movimento das pernas dentro da canoa, tentem fazer isso, logo verão que a canoa não sairá do lugar!
O que faz a canoa se movimentar e ganhar cada vez mais velocidade é sem dúvida a boa remada que o atleta tem. A posição do atleta dentro da canoa é de tal modo anatômica que facilita o desempenho da remada. Assim, o remo empurra a água para trás, e a água deslocada empurra a canoa para frente. Esta é a terceira Lei de Newton aplicada ao movimento da canoa deslizando na água.
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