sexta-feira, 14 de junho de 2024

A extraordinária velocidade do saque da ponteira brasileira de vôlei.

 Segundo o Ranking da Federação Internacional de Voleibol, o Brasil se encontra em segundo lugar dentre as equipes dos países membros da FIVB, órgão regulador mundial do voleibol. As equipes são classificadas com base nos resultados dos jogos internacionais.

No vôlei, o Brasil é referência em saque e bloqueio. O técnico José Roberto Guimarães utiliza a estratégia de forçar o saque para "quebrar o passe" do time adversário, tirando-o da zona de conforto. Isso faz com que a bola não chegue perfeitamente à levantadora, que precisa se deslocar, dificultando a precisão do levantamento. Como resultado, facilita a “leitura do bloqueio”, que se posiciona corretamente para impedir o ataque adversário.

A ponteira Ana Cristina detém o saque mais rápido entre as mulheres, atingiu 118 km/h (aproximadamente 33m/s) no terceiro set da partida contra a Coreia do Sul. A marca anterior era da sérvia Tijana Boskovic, com um saque a 116 km/h contra a Eslovênia, no Campeonato Europeu.

Tal medição é possível ser feita por conta da Tecnologia utilizada para desenvolvimento das jogadoras. Atualmente é usado o radar doppler que é semelhante ao usado pela polícia para medir a velocidade dos carros, como também o sistema de análise de vídeo, onde câmeras capturam o movimento da bola, e, software especializados analisam o vídeo para calcular a velocidade.

A velocidade média do saque de vôlei é medida utilizando os princípios da Física. Primeiro, mede-se a distância percorrida pela bola do saque à linha de ataque adversária, em seguida, mede-se o tempo que a bola leva para percorrer essa distância com um cronômetro de alta precisão. Aplicando a razão da distância pelo tempo obtêm-se a velocidade, assim, se a bola percorre 9 metros em 0,30 segundos, a velocidade média será 30m/s. Considerando que o saque da Ponteira da Seleção Brasileira foi aproximadamente 33m/s, o tempo que a bola levou para percorrer a distância da quadra foi menor que 0,30s.

Referências

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ranking_da_Federação_Internacional_de_Voleibol

https://www.uol.com.br/esporte/ultimas-noticias/2024/05/29/com-saque-mais-rapido-do-mundo-ana-cristina-cresce-na-selecao-de-volei.htm#:~:text=Potência,a%20Eslovênia%2C%20pelo%20Campeonato%20Europeu

Matéria escrita por Kamilla dos Santos de Souza, professora de Física e mestranda do MNPEF da Sociedade Brasileira de Física, Polo 30.

Descrevendo fisicamente os tubos das ondas da praia

 

As ondas consistentes e de alta qualidade de Saquarema garantiram um espetáculo a parte para os fãs do Surfe, ao acompanhar o tricampeão mundial brasileiro, Gabriel Medina, virar o jogo nos últimos minutos e conquistar o título do evento classificatório da WSL, numa segunda-feira de novembro de 2022.

Mas, afinal, o que são essas ondas...senão uma combinação complexa de fenômenos físicos que dão origem aos tubos espetaculares!

A onda é uma forma de se transportar energia por meio da vibração do meio (no caso de uma onda mecânica), no caso das ondas oceânicas, essa energia vem das correntes marítimas e dos ventos do alto mar, que causam uma perturbação nas águas e essa perturbação se propaga por meio da onda até a costa.

Como os tubos são formados? Para entendermos isso, precisamos revisar o conceito de refração. A refração é o fenômeno no qual as ondas mudam de velocidade de propagação, e no caso da onda do mar ocorrem devido a uma alteração na profundidade do solo oceânico.

A velocidade de propagação de uma onda longe da costa é maior do que a velocidade de propagação de uma onda próxima da praia! Desse modo, a velocidade de propagação de uma onda varia de maneira diretamente proporcional à profundidade do local em que ela se propaga. Portanto, como a profundidade diminui ao se aproximar da costa, a velocidade de propagação da água vai diminuindo também, ocasionando a diminuição da sua velocidade e o aumento da amplitude (altura entre a crista e a base da onda).

No entanto, a velocidade de propagação de uma onda não é a mesma em todos os pontos. À medida que a onda se aproxima da praia, a velocidade de propagação na lâmina superior da onda é maior do que na porção inferior da água, que desacelera devido ao declive da costa que vai freando as porções de água da base. Essa diferença entre as velocidades faz com que a crista da onda avance em relação à sua base, formando os tubos característicos que observamos nas praias.

Assim, nosso tricampeão, se utiliza deste fenômeno para fazer manobras e “tirar belos tubos” nas ondas do mar !

Referências

https://cref.if.ufrgs.br/?contact-pergunta=tubos-em-ondas

https://oglobo.globo.com/esportes/conheca-carioca-que-se-dedica-surfar-100-dias-de-tubos-por-ano-no-rio-de-janeiro-24597505

https://ge.globo.com/surfe/noticia/2022/11/07/gabriel-medina-e-campeao-do-challenger-em-saquarema.html-se-dedica-surfar-100-dias-de-tubos-por-ano-no-rio-de-janeiro-24597505

https://ge.globo.com/surfe/noticia/2022/11/07/gabriel-medina-e-campeao-do-challenger-em-saquarema.html

Matéria escrita por Matheus Marinelli (Professor de Física e mestrando no MNPEF da Sociedade Brasileira de Física, Polo 30)

Como a física pode ajudar a ganhar um ouro olímpico no salto com vara?

         No dia 15 de Agosto de 2016, um dos momentos mais memoráveis da Olimpíada do Rio de Janeiro, e do atletismo brasileiro, aconteceu no Estádio Olímpico Nilton Santos. O brasileiro Thiago Braz saltou para 6,03 m conquistando o inédito ouro olímpico para o Brasil no Salto com vara. O brasileiro venceu o favorito francês Renaud Lavillenie e obteve o seu melhor salto até hoje, mostrando a mística do apoio da torcida durante a competição. 

Contudo, quais são os reais diferenciais para que um atleta possa alcançar uma alta performance?

O salto com vara é um esporte que trabalha a alteração e alternância dos tipos de energia mecânica do sistema atleta-vara. No início da prova, o atleta corre com a vara antes de saltar e produz energia cinética, mantendo a vara próxima ao seu corpo e o mais paralela ao solo, evitando assim uma perda de energia maior por efeitos dissipativos do ar. Ao se aproximar do salto, a vara é fixada no chão e se deforma, acumulando energia potencial elástica na vara, energia essa que será utilizada para impulsionar o atleta para cima. Quando a vara começa a retornar para seu formato original, a energia potencial elástica vai se transformando em energia potencial gravitacional. Ao atingir o ponto mais alto, tendo apenas a energia potencial gravitacional, o atleta ainda empurra a vara para baixo o que faz com que tenha um ganho de até 1 metro de altura.

Com isso, podemos perceber que quanto maior a velocidade do atleta, maior será a altura alcançada por ele. Os atletas correm com uma longa vara, entre 4,50 m e 5,00 m, e chegam a velocidades em torno de 8 m/s, para mulheres, e 9 m/s, para homens, alcançando alturas de 5 a 6 metros, respectivamente.

Na final da Olimpíada do Rio, o atleta brasileiro foi o mais eficaz nas etapas de transformação energética, garantindo assim o recorde olímpico e a inédita medalha de ouro para o Brasil.


Referências

https://revistadeeducacaofisica.emnuvens.com.br/revista/article/download/2492/2677#:~:text=Os%20dois%20primeiros%20algarismos%20definem,%2C%20ou%2063%2C420%20kg)

https://bigslam.pt/destaques/atletismo-salto-com-vara-nambauane-de-victor-pinho/

https://ge.globo.com/olimpiadas/atletismo/noticia/2016/08/thiago-braz-retorna-ao-engenhao-e-recebe-medalha-de-ouro.html

Matéria escrita por: Thiago Cabral (Licenciado em Física pela UERJ e mestrando no MNPEF_ Sociedade Brasileira de Física, Polo 30)

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Entrevista a Rádio UERJ




 Nesta entrevista concedia a Rádio UERJ em parceria com o evento UERJ com RJ, abordei sobre a importância da Divulgação Científica, principalmente no momento atual de tanta Fakes News. Também apresentei o projeto Física dos esportes, tanto no âmbito do Ensino de Física quanto no âmbito da divulgação científica.