terça-feira, 24 de julho de 2018

Copa da Rússia = Copa dos Pênaltis



                                            França (4) x Croácia (2)


A Copa da Rússia ficou conhecida como a “Copa dos Pênaltis”!
Nunca tiveram tantos gols de pênaltis em copas como esta.
A média foi de: a cada 2 partidas, uma teve pênalti marcado. Das 64 partidas, foram marcados 29 pênaltis.
Basicamente este aumento aconteceu devido ao uso do “Árbitro de vídeo”.
O que é isso?
É um sistema tecnológico que permite filmar todo o jogo através de 33 câmeras instaladas em pontos estratégicos no campo. As imagens são enviadas para 3 árbitros que ficam analisando os lances duvidosos em uma sala restrita fora do gramado.
De algum modo, estes árbitros se comunicam com o árbitro de campo dizendo suas interpretações da jogada. O árbitro de campo pode aceitar ou não o parecer dos árbitros de video.
O fato é que este sistema que ficou conhecido como VAR, melhorou as possíveis controvérsias e tornou mais transparente as decisões do juiz. E sendo assim, aumentou o número de pênaltis!
O pênalti é marcado quando acontece uma falta dentro da grande área. Normalmente é um momento muito tenso para ambos os times e principalmente para o goleiro e o cobrador.
Por ser um lance tão importante e poder definir o resultado do jogo, algumas universidades do mundo tentaram entender seus mais diversos aspectos.
Aqui no Brasil, o Instituto de Ciências Biomédicas da USP, liderado pelo professor Ronald Ranvaud, também pesquisou este assunto.
Ele fez um trabalho experimental com jogadores e goleiros experientes. Ele dividiu a área transversal do gol(2.44m de altura por 7.35m de largura) em 24 retângulos e concluiu que existe uma posição ideal para o jogador chutar a bola e o goleiro não pegar.
Esta posição é exatamente a área dos retângulos próximos aos cantos superiores da baliza, tanto faz o do lado direito como o do esquerdo, mas para que isso ocorra a velocidade da bola tem que ser superior a 80km/h.
Fazendo uma continha rápida, considerando que a bola fica posicionada a 11m do goleiro, a gente encontra que a bola vai levar 0.53 segundos para atingir este local, ou seja, algo em torno de meio segundo. Tempo este bem inferior ao tempo gasto pelos goleiros quando tentam defender a bola nesta posição, que levam em torno de 1 segundo.
O Griezmann fez diferente, ele chutou rasteiro em um dos cantos do gol. Segundo as estatísticas, nos cantos próximos do chão os goleiros tem maior incidência de sucesso do que nas regiões superiores (dados de pesquisa da Universidade de Bath na Inglaterra). Mas ele teve frieza e esperou o goleiro cair primeiro para um lado e ele chutou no outro, marcando então, o segundo gol contra a Croácia na final da Copa do Mundo.





quinta-feira, 12 de julho de 2018

Árbitro de vídeo na Copa da Rússia






Pela primeira vez na história, a Fifa vai utilizar o árbitro de vídeo (AV) em uma Copa do Mundo. Serão 33 câmeras instaladas em cada um dos 12 estádios que receberão as partidas da competição. O Centro Internacional de Transmissão, por sua vez, ficará baseado em Moscou.
Todo o material será acessado somente pelos auxiliares escalados para analisar as imagens. Oito câmeras gravarão em "superlenta", seis em "extralenta", enquanto outras duas serão exclusivas para lances de impedimento.
Fifa fez questão de relembrar que o recurso do vídeo será utilizado apenas em erros na marcação ou não de gols, em decisões sobre pênaltis, problemas na identificação de jogadores e expulsões. O AV será usado como apoio, com a decisão final do lance sendo exclusivamente do árbitro. 
Serão três integrantes na equipe de auxílio, todos do primeiro escalão do quadro da Fifa. Haverá, ainda, quatro operadores de replay, mostrando os melhores ângulos das 33 câmeras.
"Os assistentes de vídeo examinarão as imagens gravadas e informarão ao árbitro sobre o que estão vendo na tela, mediante sistema de áudio. Ele tomará a decisão ou agirá adequadamente, após ver as imagens na lateral do campo, ou se baseando na informação que for comunicada pelos membros do AV", destacou a Fifa, em comunicado.
Matéria do jornal www.gauchazh.clicrbs.com.br

A física do gol de Pavard



Considerado como um dos gols mais bonitos da Copa do Mundo de futebol na Rússia, o lateral Pavard, jogador da França, deixou sua marca contra Argentina nas quartas de final.  A beleza da jogada não se restringe unicamente pela curva imposta a bola na sua trajetória até alcançar o ângulo superior direito do gol adversário. 

Tudo começa com um lindo movimento corporal lateral no momento que ele chuta a bola com o pé direito, estando fora da grande área. Ele atinge a bola, ainda no ar, com a parte externa do pé,  dando um forte "raspão" bem no meio da bola.  Isso possibilitou que a bola ganhasse um grande giro em sentido horário, ou melhor, uma grande velocidade angular, ao mesmo tempo que inicia-se o deslocamento translacional da bola .

Inicialmente, a bola em vôo, segue uma trajetória linear em direção frontal, mas, na altura da metade da grande área inicia uma curva para direita surpreendendo a todos, que somente foi interrompida pela rede adversária.     

Nesta jogada, quando a bola perde o contato com o pé do jogador, a inclinação do eixo de rotação (w) da bola com relação a direção da velocidade (v) de translação, formam um pequeno ângulo entre os vetores associados a estas grandezas.  Estavam quase paralelos no começo da trajetória, de modo a não produzirem inicialmente força Magnus relevante. 

Entretanto, a medida que a trajetória parabólica da bola ganhou altura, esta força foi crescendo de intensidade e puxando a bola continuamente para a direita, e se tornando visível para os espectadores do jogo, e assim, produzindo uma curva  inesperada, principalmente nos instantes finais da trajetória.

A direção de rotação da bola (w) não muda ao longo de toda trajetória, isto se deve a uma lei da Física chamada de Conservação do Momento Angular, mas a direção da velocidade (v) de translação muda de instante a instante, produzindo, então, diferentes valores da força Magnus ao longo do "passeio" da bola.  Quando estes dois vetores são perpendiculares entre si, a Força Magnus é a maior possível, e quando estão paralelos seu valor é nulo.