quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O equilíbrio de Arthur Zanetti está associado a sua estatura



Arthur Zanetti, ganhador da primeira medalha de ouro da história da ginástica artística brasileira na Olimpíada de Londres, fez diferença ao realizar com perfeição movimentos que demandam enorme força nas argolas.

Ao lado de Sheilla do vôlei, eles venceram a votação pela internet de melhores atletas feminino e masculino do ano de 2012. Lado a lado na entrega do Premio Brasil Olímpico, no palco do Teatro Municipal do RJ, a diferença de altura de 29cm dela para ele chamava atenção. As brincadeiras foram inevitáveis; nada constrangido e muito a vontade do alto do seu reinado, ele esclareceu:
- É assim mesmo. No esporte dela você tem que ser alto e no meu, baixinho - disse Arthur.

Arthur sabe o que diz, para realizar uma série de movimentos da ginástica artística é melhor ser baixo. Este fato está diretamente associado a duas grandezas físicas: o centro de massa e o torque do corpo.

O centro de massa (CM) é um ponto fictício do corpo, onde se representa toda a massa daquele corpo. Este ponto varia conforme a geometria, densidade e heterogenicidade do corpo. O CM não necessariamente coincide com o centro geométrico do corpo, pode inclusive estar localizado fora do mesmo.

No caso do corpo humano, normalmente o centro de massa localiza-se na altura da cintura, logo acima do umbigo. Entretanto, para perfis como do Zanetti, tronco e braços extremamente fortes, o CM localiza-se um pouco mais acima da cintura. Portanto, para compensar a subida do CM e para que este ponto fique perto do solo, o atleta deve ser baixo, aumentando dessa forma o equilíbrio durante a execução de diversos movimentos de rotações e sustentação.

O torque é a grandeza física associada as alavancas, portanto, se o corpo tende a rodar entorno do CM, os “braços da alavanca” serão o tamanho das pernas de um lado e do outro o tronco. Então se estes forem pequenos, pouco balanço este corpo sofrerá. Assim o atleta de baixa estatura terá mais equilíbrio do que um alto.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A largada do nado de costas



No segundo dia de disputas do Mundial de Piscina Curta de Istambul, Guilherme Guido garantiu a primeira medalha do Brasil na competição. O nadador do Pinheiros faturou o bronze na final dos 100m costas, nesta quinta-feira, 13/12/12.



O nado de costas é o único estilo que o atleta larga de dentro da piscina. 
Observe a saída do Guilherme na foto anexada neste instante. O nadador dá um impulso com os braços e pernas de maneira a formar um arco com seu corpo e tirá-lo ao máximo d'água para ganhar um bom alcance. A primeira vista parece estranha esta técnica, porque ele já estando dentro d’água bastaria empurrar o corpo com as pernas e partir com suas fortes braçadas. Entretanto, o que ele bem sabe é que a força de arrasto d'água, ou seja, a resistência que esta faz em oposição ao seu movimento é bem maior do que a resistência do ar.   Assim, é preferível fazer este grande esforço na largada e ganhar tempo aí, do que poupar energia inicialmente para depois aproveitá-la nas braçadas para concluir o percusso de 100m!  
Valeu, Guilherme, esperamos vê-lo nas finais da Olimpíada aqui no Rio em 2016.


terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Parecia trote, mas foi uma aula prática de Física

Mais uma vez realizamos a aula de corrida com a turma de calouros de licenciatura em Biologia 2012/2.
Aprender os conceitos de velocidade média e instantânea através de uma brincadeira é super divertido, tanto para alunos como para mim!  Outros estudantes que passavam por ali chegaram a perguntar se a professora estava dando "trote" nos alunos!
Depois com os dados da posição e intervalos de tempo obtidos pelos alunos, seguimos para a sala de aula, onde foram montados os gráficos das velocidades instantâneas de cada "corredor".

Espero que esta aula fique na memória destes futuros professores de Ciências, para que no futuro eles façam com seus estudantes nas escolas básica.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O barulho dos torcedores convertido em energia elétrica


Um grupo de estudantes de Engenharia Ambiental de Minas Gerais desenvolveu um projeto capaz de transformar o barulho que as torcidas fazem nos estádios em energia elétrica, sem causar impactos ambientais.
A energia proveniente do som das arquibancadas seria captada por receptores revestidos por uma manta, que vibraria ao entrar em contato com as ondas sonoras, gerando eletricidade. Através dos próprios receptores, a energia elétrica sairia para alimentar diversos setores dos estádios, como corredores e banheiros.
O som é uma variação de pressão sonora, isso provoca uma variação da temperatura no local quando da passagem da onda sonora. Pensando nessa variação de temperatura, que é ínfima em condições normais, já existe tecnologia para criar compressores termoacústicos para uso em sistemas de refrigeração. Essa tecnologia também é estudada aqui no Brasil na Universidade Federal de Santa Catarina.
- Você pode abastecer um celular sem a necessidade de ter uma tomada à disposição – explica o professor de Engenharia Carlos Barreira Martinez.
De acordo com o projeto, o nível de ruído necessário para produzir energia é entre 90 e 100 decibéis. A medição do barulho feito por 15 mil torcedores no estádio Independência, cuja capacidade é de 23 mil, atingiu a média esperada.
Uma das ideias dos estudantes é estimular a produção de eletricidade ao usar painéis mostrando qual torcida é a mais animada durantes as partidas. Os estudantes estão em busca de verba para financiar a construção do protótipo e colocar o projeto em prática. Eles acreditam que a ideia poderia ser utilizada nos estádios que vão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014.
Veja a matéria veiculada no canal SporTV.com e no blog http://animacustica.com.br

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

É possível parar o Seedorf?


A matéria abaixo foi apresentada no programa televisivo Globo Esporte da Rede Globo, no dia 27 de outubro de 2012, sábado.   


A questão: como parar o Seedorf, foi colocada pela produção deste programa, e eu fui convidada para fazer uma pequena participação na matéria (clique no link).  

Fiz um modelo físico bem simples para calcular a força que um zagueiro sofreria ao se colocar na frente do Seedorf  para tentar pará-lo.    Ou seja, imaginei um choque elástico entre estes dois jogadores.  Após a colisão, Seedorf ficaria parado, enquanto que o zagueiro seria lançado a uma distancia considerável.
Toda esta discussão e os valores da força do impacto e a distancia do lançamento do zagueiro são apresentados no filme. 

PS: Observe que a unidade de força, que é Newton (N), ficou errada.


Aproveito para postar a minha foto com a Carol Barcellos que me entrevistou.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ciência sem Fronteiras seleciona aluno da Física dos Esportes


Aluno da Física é selecionado para o programa Ciência sem Fronteiras

O estudante do Instituto de Física Rodrigo Amarante Colpo embarcou em setembro rumo ao País de Gales, lugar onde vai viver os próximos 12 meses: nascido em PortoAlegre e morador do Rio de Janeiro desde 2008, ele vai estudar na Swansea University Prifysgol Abertawe, na cidade de Swansea.  Este é um novo capítulo na trajetória do  jovem gaúcho na busca de seu maior projeto de vida: lecionar física a jovens do ensino médio. Rodrigo, de 26 anos, assumidos os desafios de alguém que tenta a sorte na cidade grande sem ajuda financeira da família. Um dos resultados foi ter sido aprovado no programa Ciência Sem Fronteiras.
Programa do governo federal que promove o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação.
Na preparação para a seleção, Rodrigo Colpo recorreu a um método peculiar: “Há
cerca de dois anos decidi que era importante aprender inglês e, como não tinha dinheiro
para pagar um curso, acessei um dicionário na internet e passei a decorar a pronúncia
das palavras”. O jovem fez o exame de proficiência International English Language
Testing System – IELTS e após duas tentativas foi aprovado.
Coordenadora do projeto Física dos Esportes, no qual Rodrigo Colpo é
bolsista de Iniciação à Docência, a professora Rosana Bulos avalia: “Acredito que a volta
do estudante enriquece aqueles que estão aqui e não tiveram a chance de fazer a viagem.
Não é um investimento sem retorno”.
Segundo o Departamento de Cooperação Internacional, atualmente 71 alunos da
UERJ se preparam para ir ou já estão realizando intercâmbio por meio do programa.
Após o período de um ano, os estudantes voltam ao Brasil, onde devem permanecer
por cerca de dois anos, dividindo experiências e atuando em suas áreas de origem.
Em um período de quatro anos está prevista a oferta de 101 mil bolsas. A seleção
inclui entrevista e prova de proficiência no idioma do país de destino. As despesas da
viagem, como passagem e moradia, são custeadas pelo governo federal.

matéria do Informe UERJ, Ano XIX • Setembro / Outubro de 2012 • nº 119 | http://www.uerj.br/publicacoes/informe_uerj/informe_uerj119.pdf

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ensino de Física aliado a uma modalidade esportiva


COBERTURA ESPECIAL – 23ª UERJ SEM MUROS

Projeto propõe o ensino de Física aliado a uma modalidade esportiva
Com o objetivo de tornar a disciplina mais interessante, a quadra de esportes passa a ser uma extensão das salas de aula

Basta conversar com alguns estudantes para se chegar à seguinte conclusão: uma das matérias que mais desagrada os alunos é a Física. Devido à grande quantidade de fórmulas e à complexidade das análises, a disciplina pode não despertar o interesse, fazendo com que as aulas fiquem cansativas. Pensando nisso, o graduando em Física pela Uerj, Cleovan José, desenvolveu o projeto “A Física do Salto”, que alia Física ao salto em distância.
Esse estudo está inserido em outro projeto, “A Física dos Esportes”, da professora do Instituto de Física da Uerj, Rosana Bulos Santiago, que também é orientadora de José. A partir dessa ideia, o estudante busca o auxílio na elaboração de atividades suplementares, aquelas em que é possível por em prática toda teoria aprendida dentro das salas de aula. Segundo ele, é perceptível o aumento no interesse dos estudantes: “Nós pegamos uma temática que não é bem aceita e juntamos com o esporte, que geralmente é um assunto mais agradável, e isso faz com que eles se animem para ter as aulas”.
A análise do salto acontece da seguinte forma: o movimento do atleta é descrito a partir de um ponto fixo, o chamado centro de massa. Esse deslocamento vai originar uma parábola, e ao fim, será formada a trajetória do salto. Porém, o curioso é que existe um fator que pode influenciar na distância total alcançada pelo esportista, a aceleração da gravidade. Como esse coeficiente não é fixo, tem uma média de 9,8 m/s², pode fazer com que a diferença na distância seja de até um centímetro. Parece pouco, mas foi exatamente essa medida que proporcionou a medalha de ouro para a atleta brasileira Maurren Maggi, nas Olimpíadas de 2008.

O projeto já é aplicado em um curso pré-vestibular popular em Campo Grande. José explica que, devido a intensidade dos estudos no preparo para as provas, é importante ter uma forma menos cansativa para aumentar o rendimento do estudante. "A resposta dos alunos tem sido positiva, mas
ainda temos o objetivo de chegar no Ensino fundamental e Médio. Além disso, também participamos
de eventos de divulgação cientifica e feiras de Física para disseminar essa nova forma de aprendizado e tornar a disciplina menos cansativa e mais interessante para os alunos".

Matéria escrita por Paloma Quintão e divulgada no site http://www.agenc.uerj.br/





domingo, 23 de setembro de 2012

Alan Fonteles x Pistorius: passadas mais largas


Favorito para a final da prova dos 200 m rasos nas Paraolimpíadas de Londres 2012, Oscar Pistorius, que ficou com a medalha de prata, declarou que a prova não tinha sido justa por conta do tamanho das próteses do vencedor brasileiro, pois ele estava mais alto comparado com o mundial de atletismo na Nova Zelândia no ano passado. O comitê discordou, afirmando que a vitória foi legítima e que todos os competidores tiveram suas próteses auditadas antes da corrida, de acordo com o manual de classificação.

Alan Fonteles admitiu estar mais alto, com 1,81cm, contra 1,76cm do último mundial. Mas, apesar das críticas de Pistorius, a mudança é permitida pelas regras do Comitê Paraolímpico Internacional. A polêmica polarizou Londres em torno do tema ainda cercado de dúvidas: qual é o tamanho máximo permitido para as próteses dos corredores?


O Comitê Paraolímpico Internacional determina o tamanho máximo de um atleta com as próteses, projetando uma altura hipotética com a ajuda de um gráfico.  O cálculo é feito a partir da medição do “demi-span”, que é a distância do topo do tórax, próximo a garganta, até o dedo médio do braço esquerdo aberto no seu limite.  Essa medição é feita com o atleta de pé com as costas posicionadas contra uma parede, com o braço direito na posição de 90 graus e com a palma da mão erguida à sua frente.

A altura máxima de pé é então calculada seguindo a seguinte fórmula:

Mulheres(centímetros)=[1,35xdemi-span(cm)+60,1].
Homens (centímetros) = [1,40 x demi-span (cm) + 57,8].

A razão entre a projeção da altura do osso do ombro e a altura do "demi-span" é a estimativa final da altura máxima de pé.  Assim, o atleta, munido de suas próteses, não pode ficar mais alto do que esse número acrescido de uma diferença residual de 2,5%, para mais ou para menos.

É difícil dizer se o aumento das próteses de Alan influenciou no vencimento da prova sobre o Pistorius, mas podemos dizer que houve uma melhora, pois permite que ele dê passos maiores em relação a sua antiga altura. Estudos feitos sobre caminhada e corrida mostram que quanto maior o comprimento da perna, maior será o comprimento de sua passada. Isso significa que com pernas mais longas ele dará menos passos para percorrer certa distância, enquanto que uma pessoa mais baixa precisa dar mais passos para cobrir a mesma distancia.

Portanto, para manter a mesma velocidade, a frequência dos passos de uma pessoa de estatura menor deve ser maior que a frequência de passos de uma pessoa mais alta. Lembrando, que a grandeza freqüência (neste caso) é o número de passos por unidade de tempo. Um exemplo muito simples de se visualizar é um adulto e uma criança caminhando lado a lado, observe que a criança precisa dar mais passos para conseguir acompanhar o adulto.

As questões levantadas pelo atleta sul africano fazem sentido de modo geral, quando muito ainda há por se esclarecer com o uso de novas tecnologias auxiliando atletas nas competições. Entretanto, neste caso particular, ele questionou o inquestionável, porque em Londres, Alan ainda estava mais baixo do que Pistorius.
Matéria postada por Valquiria Bulhosa (aluna de licenciatura em Física ) 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Uso da tecnologia para decidir quem fica com o ouro


Em prova decidida no photo finish, brasileira cai e fica em 30º no triatlo
A suíça Nicola Spirig conquistou a medalha de ouro na prova feminina do triatlo na Olimpíada de Londres, superando a sueca Lisa Norden no photo finish. As atletas fizeram o tempo idêntico de 1h59min48s e a decisão da medalha teve que ser feita com auxílio da tecnologia. O bronze ficou com a australiana Densahm, com 1h59min50s.


Realizada no Hyde Park, a competição de triatlo teve 1.500 m de natação, 43 km de ciclismo e 10 km de corrida. A brasileira Pâmella Oliveira terminou a natação em quarto lugar, mas sofreu uma queda no ciclismo e fez a transição em 38º. Ela terminou a prova na 30º colocação, com o tempo de 2h04m02s.


A decisão pelo photo finish é baseada em milhares de imagens que são feitas por câmeras instaladas na linha de chegada. Vale o momento em que o tronco do atleta cruza a linha. Não contam cabeça, pernas ou braços à frente.

Matéria publicada no jornal Folha de São Paulo em 4/08/2012.




sábado, 4 de agosto de 2012

O vento desclassificou Fabiana Murer em Londres



Mais uma vez o vento atrapalhou Fabiana Murer na conquista de uma vaga para disputa final do salto com vara.  Dessa vez, a situação foi pior do que a ocorrida no Pan de 2011, quando também foi prejudicada pelo vento. A atleta fez dois saltos iniciais bem ruins sem conseguir alcançar a altura mínima de 4,60m para classificação.  Quem acompanhava a prova pela televisão não conseguia entender o que estava acontecendo; no terceiro salto ela pegou a vara, começou a correr e antes mesmo de percorrer metade da pista, subitamente parou. A bandeira levantou!  Dirigiu-se ao seu treinador, falou alguma coisa, voltou e deu como encerrada sua participação nas Olimpíadas de Londres 2012.
Em entrevista ela disse que o vento estava muito inconstante e no sentido contrário a ela. No primeiro salto escolheu uma vara mais rígida, entretanto, no momento do salto o vento diminuiu, tornando esta escolha ruim.  O atleta tem 2min para fazer o salto, portanto, sem tempo suficiente para mudar a vara escolhida.  Observe que quanto mais rígida a vara menor será a impulsão que esta fornecerá ao atleta, assim, a altura a ser superada não será tão grande. Segundo Fabiana, a desistência do último salto foi justificada por conta do risco de uma queda, já que a natureza não dava trégua, naquele momento, o vento atingiu a velocidade de -1,3m/s.
Lamenta-se que tais esportes dependam tanto das condições climáticas vigentes na hora da execução de suas atividades.  Será que não seria mais justo suspender a competição acima de um determinado valor de velocidade do vento? 















segunda-feira, 4 de junho de 2012

A velocidade inicial do lançamento de disco do Julião



No último dia 24 de maio, o atleta de lançamento de disco Ronald Julião confirmou a sua participação em Londres, ao obter a marca de 65,41m no GP do Rio de Janeiro.  É importante notar que o Brasil não tinha representantes nesta modalidade de atletismo há quatro edições dos jogos olímpicos. Também, na prova feminina, a atleta Andressa Oliveira garantiu sua presença, quando alcançou a marca de 62,63m.
O lançamento de disco é um dos esportes olímpicos mais tradicionais, fazendo parte do calendário desde os primeiros jogos no final do século XIX. Este esporte avalia a força e potência do atleta, além de sua técnica. Incrívelmente, o recorde masculino desta modalidade não é batido há vinte e seis anos, quando o alemão Jürgen Schult cravou 74,08m. Na física o estudo do lançamento de disco pode ser modelado como um lançamento oblíquo, ou seja, uma composição de dois movimentos; na direção vertical desenvolve o movimento uniformemente variado (cuja aceleração é a gravitacional), e na direção horizontal o movimento é retilíneo uniforme, onde a velocidade é constante.   
Os dados apontam que os melhores atletas lançam o disco a ângulos próximos a 30º. Supondo que Julião fez seu lançamento classificatório sob este ângulo, é possível calcular a velocidade inicial do seu disco:  aproximadamente de 27,2 m/s. É importante notar que esta velocidade é conseqüência do movimento giroscópico do atleta com o disco que antecede ao lançamento do mesmo.  Sendo assim, quão mais rápido ele girar entorno de si mesmo, maior será a velocidade inicial do disco, o que prolongará a viagem do mesmo até o ponto de queda.
O link abaixo mostra um lançamento de disco feito por Ronald Julião:
Esta matéria foi postada por André Barbosa, aluno de licenciatura em Física da UERJ

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aos meus alunos do curso de Física para Biologia

Esta postagem é destinada aos meus alunos do curso de Complementos de Física para a Biologia, UERJ 2012/1.

A ideia principal, é que vocês percebam a importância do aprendizado de conteúdos de física na suas vidas futuras como professores de ciências, mas também é importante desde cedo, conhecer os possíveis caminhos, além muros universitários, que os tornarão profissionais da educação.
Como vocês haviam me solicitado, indico para leitura duas provas aplicadas em concursos para seleção de professores de Ciências. 
Não consegui postar as provas aqui, porque estão em formato pdf e o blog não aceita. Mas, estas provas podem ser baixadas facilmente pelo google na internet.
1) Prova para concurso público para professor de Ciências Naturais, ano 2005, Prefeitura de Teresópolis.  As questões de física são: 23, 24, 25 e 26.
2)Prova para concurso público para professor de Ciências , ano 2010, SEPLAG. As questões de física são: 28, 34, 39 e 48.

Qualquer dúvida nas respostas das questões, podem fazer no link de comentários desta postagem que eu responderei.

                                                                 Abraços, Rosana

domingo, 1 de abril de 2012

Uma aula prática de física via corrida


Com intuito de ensinar os conceitos de velocidade instantânea e média para a turma de licenciatura em Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), realizei uma aula prática nas calçadas do nosso campi no Maracanã. 
A idéia principal foi montar uma corrida de curta distancia com os alunos, onde eles mesmos mediram o comprimento da pista e registraram os intervalos de tempo com os cronômetros dos seus celulares.  Logo após a aquisição de dados partiram para os cálculos das velocidades, responderam algumas perguntas e compararam suas velocidades com as dos corredores olímpicos, e assim, puderam de fato perceber o quanto nossos ídolos são rápidos. s corredores olimp, respondiam algumas perguntas e comparavam suas velocidades com as dos nossos i



Embora futuros professores de biologia e de ciências, estes jovens terão que ministrar aulas de física no último ano do ensino fundamental, quando a disciplina de ciências consiste em química e física. Com esta atividade foi possível mostrar que para aprender física não basta ficar somente na teoria, principalmente quando esta prioriza a decoba de fórmulas matemáticas.  É necessário aulas práticas, realidade pouco encontrada na maioria dos colégios. Mais do que isso, com um pouco de imaginação é possível produzir experimentos com ferramentas de fácil acesso, tais como as utilizadas aqui, transcendendo a simples observação do fenômeno para a inclusão de aquisição de dados.   Ficam aqui os registros desta aula,  esperando que os Esportes tenham inspirados a turma para o aprendizado de Física.

Mauro Silva e o acréscimo da distancia devido a queda do centro de massa


Quem acompanhou o mundial de atletismo indoor, realizado em Istambul, na Turquia, entre os dias 9 e 11 de março, teve uma grande surpresa. Mauro Vinícius da Silva, paulista de 26 anos, conseguiu a expressiva marca de 8,23 m na final da competição, o que lhe valeu a medalha de ouro no salto em distância.

A modalidade salto em distância pode ser analisada na física como um lançamento de projétil do centro de massa do atleta. Esse estudo, entretanto, possui uma peculiaridade. O centro de massa (CM) no início do salto encontra-se na altura da cintura do atleta, entorno de 60cm de altura do chão, enquanto que na aterrissagem ele se localiza no chão devido a queda. Com isso, além do tempo necessário para o CM do praticante desenvolver o movimento parabólico habitual, existe um acréscimo de tempo, responsável pela sua queda. Essa pequena contribuição é de grande importância, porque leva a um bom aumento da distância do salto. Cientes disso, os atletas costumam aterrissar inclinados para o lado, de modo a aumentar o tempo que o CM leva para atingir a caixa de areia.


Para efeito de ilustração da contribuição do espaço relativo ao tempo de queda do CM, consideremos o exemplo de nosso medalista: Supondo que Mauro iniciou o salto com velocidade horizontal de 9,74 m/s, quando o CM dele atingiu  novamente a altura de 60cm em relação ao solo, ele teria saltado 6,82m.  O tempo que o CM levou até cair no chão teria sido de 0,145s, o que corresponderia a uma distância adicional de 1,41m. Correspondendo a distancia total do salto de 8,23m.

Observe que o aumento do tempo de vôo do salto em apenas 0,001s representa 1cm a mais no alcance do salto. Parece pouco, mas, foi diferença que separou o brasileiro do terceiro colocado no mundial indoor de atletismo de 2012. Em um esporte onde Maurren Maggi era a única referência do Brasil, Mauro passa a ser uma grande esperança de medalha na próxima Olimpíada de Londres.
O link abaixo mostra o salto do Mauro Silva que lhe rendeu a medalha de ouro:
http://www.youtube.com/watch?v=YnhO9Gfsn8I

Esta matéria foi escrita por Cleovan José da Silva, aluno de Licenciatura em Física da UERJ.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Quem salta mais alto?


A Biomecânica é o estudo da mecânica dos organismos vivos.  Usa os princípios físicos das Leis de Newton para descrever o movimento do corpo humano e dos animais. É parte da Biofísica.
A Biomecânica externa estuda as forças físicas que agem sobre os corpos, enquanto que, a Biomecânica interna estuda a mecânica e os aspectos físicos e biofísicos das articulações, dos ossos e dos tecidos histológicos do corpo.
Uma das áreas de pesquisa da Biomecânica é o Rendimento no Esporte e em atividades físicas; como o próprio título diz, busca compreender e conceituar quais os mecanismos físicos responsáveis pela execução dos movimentos, aumento da força e velocidade associadas aos movimentos, entre outros fatores.
Dentro desta área de pesquisa, uma questão que ainda permanece como objeto de investigação é:  Qual é o salto mais alto que um ser humano pode dar?  Para responder a esta pergunta, a equipe do laboratório de Ciência do Esporte usou algumas técnicas de investigação em seus experimentos.  Abaixo estou anexando os dois primeiros vídeos que eles fizeram sobre este tema.  Vale a pena dar uma conferida!   



    

sexta-feira, 16 de março de 2012

A física dos esportes no AudioLab


Quem quiser ouvir a entrevista feita comigo para  AudioLab (Laboratório de Áudio da Faculdade de Comunicação Social da Uerj) pelo jornalista esportivo Maycon;
sobre as possibilidades de usar os esportes para o Ensino de Física nas escolas, e em cursos superiores,
basta acessar o endereço abaixo:

http://www.radiotube.org.br/detalhes.php?id=12128&opt=7&ord=0&crt=&us=2335&cm=

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Entendendo porque Giba fraturou a tíbia



Considerado seis vezes o melhor jogador de vôlei de quadra do mundo, e dono de vários títulos pela seleção brasileira - dois ouros em Mundiais, ouro e prata em Olimpíadas, entre outros – Giba fraturou a tíbia e precisou colocar uma haste de titânio ao longo de sua perna esquerda.

O que teria levado Giba a quebrar este osso, já que ele não sofreu nenhum acidente seja em quadra ou fora dela?  

A tíbia é o osso mais vulnerável da perna do corpo humano. Basicamente, o osso humano é constituído de componentes minerais, principalmente, o fosfato e o carbonato de cálcio, responsáveis pela rigidez, e componentes orgânicos, colágeno e água, que garantem certa elasticidade ao osso.  A força máxima de compressão que a tíbia aguenta é estimada em Fmax=5x104 N, ou seja, para valores superiores a este, ela quebra. Está força pode ser produzida pelo solo em oposição a um salto. Ao sofrer esta força a tíbia, momentaneamente, encurta 1cm.  

Então, qual seria a altura máxima que  ele deveria ter saltado para não ter tido risco de fratura na tíbia?

Partiremos de um modelo físico simplificado, onde suporemos, inicialmente, que o atleta ao encostar no chão, no movimento de retorno do salto, não dobre os joelhos. Desse modo, toda massa (m=85kg) dele irá incidir sobre a tíbia. É possível calcular, via as expressões básicas da cinemática, que a altura máxima sem risco de fratura da tíbia é apenas de 60cm.  No caso do Giba, este modelo requer alguns ajustes, porque, ele obviamente dobra os joelhos no retorno do salto. De modo que, deve ser considerado um percentual da massa total do corpo; ainda assim, creio que a altura máxima de segurança não seria maior do que 90cm.  Mas, sabe-se a impulsão do Giba é acima de 1,20m !  Pulando, assim, várias vezes por dia, fica claro que em algum momento a tíbia dele iria fraturar.

Acostumado a superar os desafios que a vida o impõe, o vibrante atacante, declarou no dia seguinte (14/2/2012) a sua cirurgia, que fará tudo que for necessário para se recuperar ainda em tempo para disputar as Olimpíadas deste ano em Londres.   Não há quem duvide dele. Ficaremos aguardando...  Giba neles!


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